segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ainda não é hoje que vou falar do meu shampoo

As primeiras semanas da Bárbara no infantário correram muito bem, quer em termos de horários, quer de adaptação. Foi sempre uma menina valente, chorou nos dois primeiros dias, depois ficou sempre muito bem nos braços da D. Os horários também eram sempre cumpridos por nós, levantávamo-nos muito cedo, preparávamos tudo com calma e chegávamos antes das 9 horas, tal como nos era pedido. 
A grande dificuldade partiu de mim, porque desorganizada como sou, quando soube que tinha que ter sempre duas mudas de roupa impec para ter lá no colégio, x fraldas, x pacotes de toalhitas, mais isto e mais aquilo e a caderneta sempre na mochila, e um saco para a roupa suja, de modo que ficava um bocado aflita, achava uma comidela de cabeça estar sempre em cima do assunto. Mas foi correndo bem, ainda havia calor, dias grandes, pouco cansaço. 
A partir de uma certa altura, a coisa descambou. Primeiro foi a mudança de casa e as primeiras noites muito mal dormidas à conta da adaptação ao quarto novo, e o desconhecimento do trânsito a partir da casa nova, mas raramente chegámos depois das 9h.
Chegou o frio, chegaram as viroses. As ites, as malfadas ites! E estamos cansados. Dormimos mal, dormimos pouco. E desde o início de Dezembro que acordamos no limite, e no limite saimos de casa. E isto tem muito que se lhe diga, porque nós já começamos o dia em tensão, a Bárbara sai de casa visivelmente insatisfeita com aquela pressa toda, ela que gosta de dizer bom dia aos popós, quando abrimos a persiana, e de ouvir a previsão metereológica feita pela mãe e até sentar-se um bocadinho à mesa connosco a comer pão com "tei". Não tem dado para isto. E é pena.
Hoje recebemos um recado do colégio, uma nota para os pais a reforçar a importância da pontualidade. Nós temos amigos cujos filhos entram às 10 da manhã, ou que têm uma espécie de liberdade de entrar até às 9h 30m, por exemplo. Onde a Bárbara está não é assim. Pedem-nos que deixemos as crianças às 8.45h, 8.50h, para que às 9h estejam a dar início às actividades, que começam sempre com uma canção de bons dias. É um horário complicado, para nós que temos andado com (muitas) horas de sono a menos, agastados por tantas maleitas. Mas temos que respeitar e a mim até me dá um jeitaço, para ir de seguidinha para o ginásio. 
Eu acho bem que não facilitem e aceito o puxão de orelhas e a "ameaça" de começarem a fechar o portão às 9.15h. As educadoras dizem que este aviso diz respeito a uma minoria de pais e eu fico incomodada por ter enfiado a carapuça. Mas há que dar bons exemplos, ser pontual é tão importante e tão desvalorizado. Para além disso, fico muito mais descansada por saber que a Bárbara chega com calma, ambienta-se e se integra no grupo grande, ao invés de chegar à pressa a meio de qualquer coisa.
Da minha parte comprometo-me a não deixar que estes atrasos se prolonguem, para bem de todos. Para começar, a B. adormeceu cedo, e já está tudo preparado para amanhã, mochila e roupas.
Fiz mea culpa, agora é só não voltar a pecar. Amen.

1 comentário :

  1. Estas chamadas de atenção podem deixar-nos envergonhadas, mas são perfeitamente compreensíveis. Na escola do meu, às 10h o portão fecha. E volta a abrir só as 11h30, que é a hora da recolha para almoçar e para as actividades da tarde. Eu acho importante haver estas regras e horários. E acho importante os nossos filhos aprenderem desde cedo a responsabilidade de se ser pontual nos compromissos. Acho que fazes muito bem em levar a serio o "recadinho...".

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