quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Semana mundial do aleitamento materno


Na minha ronda diária por alguns blogues deparei-me com esta imagem e um apelo.
Comemora-se a Semana Mundial do Aleitamento Materno em Portugal, de 3 a 9 de Outubro. O desafio colocado às mães bloggers é que dêem o seu testemunho, promovendo assim o aleitamento materno. Fica desde já o convite a visitantes cá do Vestido, que se queiram aventurar a relatar as suas experiências.


Começo por dizer que eu nunca mamei. A minha mãe ainda hoje fala nisso. Simplesmente dava umas lambidelas tímidas e ficava-me por aí. Leite artificial também não era nada comigo. O que se tornou um problema. Até porque, há 34 anos atrás as coisas eram bem diferentes, não havia o incentivo à amamentação que há actualmente, nem o apoio, e quando digo apoio, digo que as enfermeiras também se consciencializaram para esta questão. Tornaram-se conselheiras da amamentação, ajudam presencialmente. Ajudam-nos a perceber como é que tem que ficar a boca do bebé, como sentir que ele está efectivamente a mamar e não a "chupetar", ajudam o bebé a pegar bem na mama e a mantê-lo empenhado na sua alimentação. Nos primeiros dias de vida da minha filha, ainda na maternidade, tive este apoio que foi fundamental.

Mas apesar de a minha mãe não ter tido esta ajuda e de eu não ter usufruído dos benefícios do aleitamento materno, hoje em dia sou uma pessoa saudável, e cresci sem problemas de maior. Ou seja, tudo se resolveu. É por isso, que eu acho que não se deve transformar a amamentação num drama.
Pegando no que disse em cima, tive de facto muita ajuda na maternidade, depois no centro de saúde, nas primeiras consultas da minha pequena.
Os primeiros dias custaram muito. Tive dores, e pior, tive dúvidas. Se o leite era bom, se a bebé ficava satisfeita. Não conseguia fixar os horários das mamadas, não sabia a quantas andava e era tudo muito incerto. Cheguei a adormecer enquanto amamentava e a certa altura tive que recorrer à bomba, aos mamilos de silicone, aos discos de hidrogel porque estava a ficar demasiado dorida. Ia perdendo a calma.
Mas tive uma excelente preparação, ia recordado o que me disseram, que não ia ser fácil, e tudo o que estava a acontecer era, de facto, o que me tinham dito que ia acontecer. A prevenção também ajudou muito e por isso, nunca cheguei a ter os mamilos gretados. Felizmente, e também tal como me tinham avisado, ao fim de 15 dias tudo acalmou e pude usufruir da amamentação. Eu e a minha pequena.
Pelas pesagens e medições, fui percebendo que o meu leite estava a ser suficiente. E, ao fim de quatro meses continuo a amamentar, e espero continuar a fazê-lo em exclusivo, até aos cinco, seis meses.
Amamentar, é para mim um prazer. Gosto mesmo. São os únicos momentos em que estamos só nós as duas, e esses momentos são fundamentais para perceber como é que ela se sente naquele dia, se está cansada, agitada, ou se está tranquila e bem-disposta. Amamentar alimenta, mas também estabiliza, acalma. Fortalece.

Tudo isto faz-me reflectir numa possível situação inversa. E se, tal como eu, a minha filha não mamasse? E se eu não tivesse leite? E se o leite não fosse suficiente?
Muito sinceramente, nunca pensei muito que isso fosse acontecer, nem fiz grandes previsões. Muito menos fantasiei sobre o assunto. Acho que na altura pensei que, qualquer que fosse o caso, lidaria com ele da melhor maneira. Não seria por isso que iria deixar de estabelecer uma ligação maternal, ou negligenciar a saúde da bebé. Amamentar é muito bonito, que é, muito benéfico, que é. Mas quando não é possível, há que desdramatizar. Porque o importante, e independentemente das outras vantagens, diria, mais afectivas, é que o bebé coma. Ponto final.
Esqueci-me há pouco de mencionar que a minha pequena não pegou logo na mama. Poucas horas depois de nascer teve que ir para o calor porque não parava de gemer, e quando me levantei e fui vê-la, a enfermeira estava a dar-lhe um biberão com leite artificial. Fiquei assim como que desapontada. Mas era mais um sentimento meu, do que uma desvantagem para ela, que tinha que comer.

Resumindo e concluindo, considero a minha experiência muito positiva. Mas fica aqui uma palavra para as pessoas que não são, ou não foram tão felizes neste tema. Uma enfermeira disse-me uma vez que os pais de hoje têm uma carga muito grande nos ombros. Querem ser perfeitos. E eu não fujo à regra, tenho que admitir. Mas ser mãe, ou pai, é uma aprendizagem. Eu tive que aprender a dar de mamar, a minha filha teve que aprender a fazê-lo. Por exemplo, em relação às cólicas, já ouvi um pediatra dizer que os pais têm que sobreviver a isso. E é a mais pura das verdades.
Há que pensar no que é melhor para o bebé, mesmo que isso não vá de encontro às altas expectativas que criamos. Se os pais estiverem prontos para aceitar isto, tudo correrá melhor. Para eles e para as crianças, que são, afinal, o melhor do mundo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A maçã da vizinha é sempre melhor que a minha

Como já tinha dito aqui, as senhoras donas gatas cá de casa gostam muito de se afiambrar às coisas da pequena Babá. Desde a alcofa, às mantas acabadinhas de lavar, até as gavetas da cómoda tentam invadir. Viro as costas e já está uma gata de pêlo preto (e por vezes imundo) a conspurcar os lençóis branquinhos e cheirosos. Ou a Micas a enroscar-se na alcofa. Quais caminhas de vime, altas para terem vistas e com túneis para brincarem, quais quê. Estas senhoras tratam-se bem. 
À bebé não ligam nada. Uma vez ou outra vão cheirá-la e a Penélope no outro dia lambeu-lhe um dedito do pé. Mas nada de mais. Não mostram curiosidade, nem estranheza. Pura e simplesmente ignoram-na.
Tenho para mim que é tudo inveja. Ou não fossem fêmeas.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

As mães

Há muito anos atrás, umas amigas convenceram-me a fazer o jogo do copo. Aquele que supostamente envolve espíritos, que podem ser bons ou maus, e a quem podemos fazer perguntas às quais eles respondem movendo o dito copo. Eu era a mais céptica e acho que fui a que saiu dali mais assustada. O raio do copo mexeu mesmo. Ou isso, ou as minhas amigas estavam combinadas para lhe dar uns empurrõezinhos. Anyway, saí de lá cheia de cagufes e não dormi nada de noite com tanto medo, que a certa altura tive que acender a luz. Na altura não teve piada nenhuma, mas agora rio-me da situação, porque para chegar ao interruptor, tinha que contornar a cama da minha irmã. Mas o terror era tanto que saltei mesmo por cima dela às escuras, e espetei-lhe com um pé na cara. Felizmente ela não acordou. E acho que nem sabe desta história.
Passados uns dias, resolvi contar à minha mãe o que tinha acontecido, e de como andava com problemas para dormir ultimamente. Ela, professora de Física-Química, mulher das ciências, tratou logo de me sossegar, dizendo que o poder da mente é muito forte. Não sei se é ou não, a verdade é que nessa noite dormi como um bebé (dos que dormem bem).
Hoje, e como acordei ainda um pouco incomodada com o que aconteceu ontem com a rapariga que vendia anjinhos, resolvi contar-lhe o episódio, e disse-lhe que me sentia ainda um bocado transtornada com isso. Mas a minha mãe disse-me que provavelmente eu tinha sido enganada, e que nos hospitais providenciam todos os tratamentos necessários e muito bem. Lá está. Não sei se é verdade ou se é mentira, mas sinto-me melhor. Até fico contente se realmente me tiverem contado o conto do vigário.
Não acho que tenha tido sempre a relação ideal com a minha mãe. Já tivemos muitos altos e baixos. Neste momento estou numa fase em que a compreendo como nunca. Mas mesmo antes disto, já a vinha olhando com outros olhos. Com os olhos da compreensão, não com os da crítica. Nem sempre é fácil. Mas é a minha mãe, e eu gosto dela para sempre. E gosto de como ela, vinte anos passados da primeira história que vos contei, ainda me tranquiliza e me sossega a alma. Como só uma mãe o sabe fazer.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

...

A campainha tocou há pouco, e pelo intercomunicador, uma rapariga falou, directa ao assunto. Vendia anjinhos, para angariar dinheiro para uma menina com leucemia. Dois euros os mais pequenos, dois euros e meio pelos maiores. Pedi-lhe que esperasse e fui à carteira buscar dinheiro. Depois fui à porta. Escolhi o mais pequeno, paguei como se tivesse comprado o grande e a rapariga agradeceu. E disse-me: dá para pintar. E eu agradeci. E não perguntei mais nada, porque pelo receptor do intercomunicador da bebé, ouvi-a chorar. Deve ter acordado com a campainha. Fui a correr para cima, para o pé dela. Estava de olho bem aberto e sorriu-me. Ao sorrir, a chupeta caiu-lhe da boca e ela sorriu ainda mais. E eu, de repente, fui apanhada por um nó na garganta, e uma comoção muito grande. 
É que, sem saber se é verdade ou se é mentira, fiquei em sofrimento. Com um medo tamanho de perder as pessoas mais preciosas da minha vida. 
Fiquei com pena de não ter falado mais com a rapariga. Fui apanhada de surpresa e acho que nem tive muita coragem de lhe perguntar o que quer que fosse. Com medo do que iria ouvir. Lamento não lhe ter dado ao menos uma palavra de alento.
E no fundo, fiquei a desejar que não haja mesmo uma criança a lutar pela vida, que esta história seja mentira. Eu não me importaria pelo dinheiro. Acreditem que não.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A felicidade é uma gota de orvalho numa pétala de flor

Levanto-me às oito da manhã mas não consigo tomar o pequeno-almoço antes das onze, tomo banhos de três minutos, tenho as costas feitas num oito. Os meus dias consistem em dar de mamar, mudar fralda, dar banho, brincar, adormecer e dar colinho, dar de mamar, mudar fralda, dar banho, brincar, adormecer e dar colinho, e enquanto ela dorme, tratar de assuntos vários ou tentar trabalhar, ou matar a fome ou a sede. 
Para onde vou, a B. vai comigo e se tiver que ir a cinco sítios, cinco vezes coloco o babycoque no carro, desmonto o chassis, monto o chassis e retiro o babycoque do carro. Já conheço todos os fraldários de todos os shoppings onde vou, e por vezes cheirei cocós muito malcheirosos (de outras crianças assim para o maiorzitas).
Levo-a ao bar da praia, ao restaurante, ao mecânico, a todo o lado.
Durmo pouco, como pouco, trato-me pouco e tenho dias em que nem me olho ao espelho.
Mas nunca, nunca, nunca fui tão feliz.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Focus Sara, focus!

Hoje o dia começou bem, mil sorrisos da Babá, deitada entre mim e o pai, aos gritinhos e coceguinhas. Fiquei logo com a sensação de que ia ser um dia porreiro, atarefado, mas ao mesmo tempo descontraído e tal. Mas sinto que já não vai correr bem. Porque ao descer para tomar o pequeno-almoço soube de uma coisa que me deixou com o estômago às voltas. Triste, furiosa e revoltada. Impotente. E a minha vontade é partir a cara a uma pessoa. Má como as cobras. Que ainda por cima é da minha família.
Não estava nada à espera de começar a semana assim com estes sentimentos tão corrosivos.
Vou respirar fundo, organizar a cabeça e continuar a fazer as mil quatrocentas e trinta coisas que tenho para fazer.
Por isso, bom dia a todos, e... focus Sara, focus!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Gossip Girl report - Os rapazes

À medida que os episódios passam, o Chuck vai ficando cada vez mais interessante. O Dan é um ensoçozito moralista. O Nate já mudava de penteado. E pronto, é isto.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Só para dizer que

Desde que comecei a ver a 2ª temporada de "Gossip Girl", adormeci em todos os episódios. Damn.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Sleepyhead

Nas feições, a minha filha é muito parecida com o pai. No que diz respeito à personalidade, ainda não conseguimos perceber, ainda, todos os seus traços. Mas há duas coisas que a fazem ficar muito rabujenta, tal e qual como eu fico: sono e fome. A fome é fácil de resolver e nem é preciso dizer como fazer. Com o sono, a conversa é outra. Se de noite, a coisa corre muito bem, durante o dia é uma luta para pôr esta rapariga a dormir. Esfrega os olhos, rabuja, não pára quieta. Mas se a deito, ui ui. É um berreiro que só visto. Ou ouvido.
Hoje aconteceu isso e ela chorou da maneira que mais me custa vê-la chorar. Sustém a respiração e depois manda um grito monumental. Até ficou com os lábios roxos e eu, sem pinta de sangue. Valeram-me as gotinhas milagrosas de Aero-Om na chupeta e ela lá foi acalmando. Depois deitei-me ao pé dela e agarrou-me logo o braço com as duas mãozitas, até adormecer, como quem diz "daqui não sais". 
De modos que é isto. Este serzinho fantástico precisa de mim. De uma forma tão adorável e genuína, tão humana e sincera. E eu gosto. Gostar é pouco. Adoro.

Volta portageiro, estás perdoado!


No sábado de manhã, na autoestrada a caminho de Coimbra, parámos na portagem, mas em vez do portageiro, tivemos que pagar numa daquelas máquinas automáticas. Sabem o tipo da paciência, o Job? Pois é, tenho a certeza que nem ele, com a sua infinita paciência, aturava um episódio destes.
 
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011