segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

[depois do banho]

- Vamos secar-te com esta toalha quentinha.
- Está bem mamã. 
- Que bom, que maravilha!
- Assim é que é vida…
- Ahahaahah!
- Mamã, vamos dizer outra vez para depois nos rirmos?
- Sim, diz lá.
- Isto é que é vida!
- Ahahahahah!
- Diz tu agora mamã.
- Ah, isto é que é vida!
- Ahahahaha! Oh, Sara…!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

[o melhor do meu dia] esta reflexão

Passamos o tempo a mostrar-lhes que há limites. A pôr-lhes um travão. Para que no futuro lidem bem com um não, com a frustração, com as agruras da vida. Para que voltem a erguer-se depois de uma queda. Para que sejam pessoas com valores, com respeito por si próprias e pelos outros. Para que sejam felizes.
De repente há demasiado tempo que não dormimos mais do que quatro horas por noite, que estamos maltratados de tanto trabalho e correrias, de tantas tentativas de resolver birras a bem apesar de demorar mais tempo, de tratar delas quando estão doentes e dormem mal, comem mal, toleram mal, de passar mais tempo a apagar fogos do que realmente a produzir. De repente descontrolamo-nos, porque já não dá mais, já não conseguimos mais, já não há poder de encaixe. Depois, forçosamente vamos dar uma volta e pensar, um time out, como aqueles que lhe damos para ela se organizar e acalmar. Percebemos que fizemos também uma birra. Nós, que passamos o tempo a mostrar-lhes que há limites, também deles precisamos. Se calhar temos que escolher melhor as nossas lutas e não comprar todas as guerras. É que é pena que muitas vezes o limite seja o fundo, o drama, o filme de terror, em vez de sermos capazes de o definirmos para nós de forma sã e nos sabermos proteger a tempo, para nosso bem e para bem de todos.

sábado, 6 de dezembro de 2014

[teresa] dez meses



Dez meses, Teresa. Há um ano, estavas na minha barriga e foi só por esta altura que comecei a ter uma gravidez mais tranquila. Uma notícia muito boa deu-nos o feliz Natal que pensávamos que não íamos ter. E assim, com essa notícia, pudemos receber-te melhor, mais disponíveis, mais optimistas e mais descansados. 

Pensei tanto como seria ter-te a ti e à tua irmã, tive muito medo de não ser capaz. Mas fui e sou. Os olhares que vocês as duas trocam, a rapidez com que gatinhas até ao pé da Bárbara e ficas ali a procurar a mão dela, a vibrar com ela, é mais que maravilhoso e é a confirmação de que sim, eu consigo.

És uma menina feliz, valente. A tua avó chama-te guerreira, porque tu gostas de explorar e conquistar. Na semana passada conseguiste subir sozinha um degrau, a gatinhar. Depois sentaste-te lá, como que a marcar território.

Ainda não tenho nenhuma fotografia tua numa moldura, e muito poucas tiradas com a máquina. Mas acredita quando te digo, o lugar que ocupas nas nossas vidas é por demais essencial. Fazes esta família muito rica, e esta mãe muito feliz.

Amo-te muito minha Teresa. Amo-te muito para sempre.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Terrible three


Esta minha filha. Se todos os dias nos diz coisas que nos põem em espanto, se todos os dias nos presenteia com sorrisos lindos de morrer, também todos os dias nos põe a pão de pedir. É preciso mesmo muita paciência, muito jogo de cintura para lidar com todos os dramas de uma menina de 3 anos. Muito mais do que eu pensava. Esta minha filha. É brava. Terna, corajosa, meiga, teimosa, sensível. Mas tão brava. Quem inventou os terrible two, despachou as crianças para algum lado antes de chegar aos three. Acreditem.