quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

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"A portrait of my children, once a week, every week, in 2015" 

 Inspirado na jodi

Teresa, 11 meses - Adoro esta cara de safada.
Bárbara, 3 anos e 8 meses - Adora ir ao médico.

[dias menos bons]

Hoje está a custar-me estar aqui, a trabalhar. A minha cabeça está lá, com elas, sobretudo com a Bárbara doente. Subestimei a varicela, achei que era uma maleita leve, mas atacou-a com força. E agora complicou-se numa pneumonia. Por isso tenho tudo menos cabeça e vontade para estar aqui, sentada ao computador, mas quanto menos deixar o trabalho atrasar, melhor. Assim poderei ir ter com elas cedo, dar-lhes banho, jantar e muitos mimos.

Tento não me preocupar demasiado, ela vai ficar bem. Mas hoje o dia está cinzento e sinto-me cansada, ainda mais. De vez em quando, para fazer uma pausa, vou guardar roupa delas, apanhar brinquedos ou fazer mais uma máquina de roupa. Fiz as camas de lavado, organizei as cestas dos livros, perfumei-lhes o quarto.

E sei que posso agradecer aos avós, por estarem lá, por tratarem delas com todo o amor, mas queria ser eu. Mesmo não sendo uma mãe que sufoca os filhos com dramas e cuidados, em dias como este só quero pegar nelas e nunca mais as largar, lamber-lhes as feridas, cobri-las com a minha asa. 

domingo, 25 de janeiro de 2015

[dormir]

Já há muito tempo que deito a cabeça na almofada e adormeço em segundos. Era este o momento que durante muitos anos evitava, como se o acto de deitar a cabeça na almofada fosse [e não é?] um confronto comigo mesma e um daqueles que queria adiar a todo o custo. 
Ultimamente, a correria dos dias e o cansaço extremo a que o meu corpo e a minha mente estão sujeitos não me permitem mais do que verificar se o alarme está a postos para a manhã seguinte, e eu acho que agradeço por isso. Durmo tranquila e profundamente [enquanto elas deixam], e creio que não é só pelo cansaço, mas porque agora, na hora de dormir não há um confronto, há um encontro, há tréguas, e sobretudo um compromisso comigo mesma: o de permitir-me descansar. 

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

[hoje] deixar

Deixei as janelas abertas com os furos das persianas a deixar entrar o ar. Deixei as camas por fazer, a louça por lavar, as roupas por guardar. 
Deixei a Bárbara [a chorar] no colégio, a Teresa [doente] com a avó. 
Deixei imensa papelada e a minha lista de tarefas em casa, trouxe comigo o computador, o telemóvel, um cachecol quente e um pacotinho de bolachas. Vim leve, mas com a cabeça cheia de preocupações. 

Espero que o dia se resolva por si. Começo a despachar trabalho, faço um telefonema para a minha mãe, que me acalma, a Teresinha está bem, dorme e não tem febre. Sem o apoio da lista a minha cabeça é obrigada a pensar no essencial, first things first. E tudo se vai fazendo. Vou pensando no jantar. Logo quando chegar penso nos brinquedos espalhados, na roupa para lavar. Levo pão fresco e o Daniel faz café para o dia seguinte, depois de deitar as miúdas sinto aquele cheiro bom e confortável que invade a casa.

Sim, o dia vai resolver-se. Tudo se resolve quando deixamos ir, quando simplesmente deixamos. 


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

3/52

"A portrait of my children, once a week, every week, in 2015"

Inspirado na jodi.


Bárbara, 3 anos e 7 meses - Super sorriso.
Teresa, 11 meses - Não é uma febrezita que a pára.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

2/52























"A portrait of my children, once a week, every week, in 2015"

Inspirado na jodi.

Teresa, 11 meses - A adorar o passeio.
Bárbara, 3 anos e 7 meses - A detestar o passeio.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

bar dos artistas

Hoje, por uma questão de agenda e porque o meu trabalho mo permite, fui trabalhar para o bar dos artistas, na Casa da Música. A envolvente é linda, a internet bastante decente e o ambiente uma delícia. Num instante temos silêncio e no outro um bando de músicos entra por ali. Alguns vocalizam, outros andam com os instrumentos às costas, juntam-se todos numa mesa e ficam a relaxar entre ensaios. Uns têm mesmo pinta de estrangeiros e é tão bom de repente ouvir falar inglês, francês, alemão, ou mesmo até umas tentativas de português. Gosto que a Casa da Música seja esse espaço onde vou assistir a bons concertos, mas que permite a qualquer pessoa estar mais próximo dos artistas, perceber a dinâmica dos ensaios, perceber a enorme preparação que é feita para uma actuação. Abrir o bar dos artistas ao público foi uma grande ideia. Perceber que o espaço é procurado, é aproveitado e é apreciado também deve ser gratificante para eles. Eu pelo menos, gosto de pensar que sim.




quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

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Quero muito levar este projecto a cabo, comprometer-me com isto. É um exercício interessante, este registo semanal em fotografia. Vou tentar melhorar a qualidade das fotos. Elas merecem.

Bárbara, 3 anos e 7 meses - Finalmente deixa lavar o cabelo com o chuveiro. O banho voltou a ser um momento de brincadeira e descontracção.
Teresa, 11 meses - Aprendeu a apontar.

"A portrait of my children, once a week, every week, in 2015"
Inspirado na jodi.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

[olá] 2015

Mentiria se dissesse que 2014 foi um ano muito bom. Teve muito de [muito] bom, com o nascimento da Teresinha. Mas foi um ano difícil, de ajustes, de tentativas e falhanços. Foi um ano em que fui posta à prova. Às vezes acho que superei, muitas vezes acho que não. Talvez esta sensação agridoce se deva ao facto de ter chegado ao último dia do ano esgotada, física e psicologicamente, no limite. 

Não esperava por dias tão difíceis como os que temos tido, com a Bárbara numa brutal ansiedade de separação e com tudo o que daí vem, despedidas, hora de dormir, alimentação, questões de comportamento. Tem sido muito complicado, e nem sempre estamos na melhor forma para lidar com ela, sobretudo por falta de descanso. Tenho muita dificuldade em verbalizar o que tem sido, de tão avassalador que tem sido. Mas é evidente que a nossa tranquilidade passa para ela, assim como o nosso desassossego. É algo em que temos trabalhado, um dia de cada vez. 

Estou consciente de que tudo leva o seu tempo e que isto há-de passar. E hão-de aparecer outras coisas, mais ou menos complicadas de resolver. Mas eu não quero tornar a educação das minhas filhas, a nossa vida, no fundo, um drama. E sei que isso depende muito de nós, pais, adultos.
Por isso, para 2015 fiz uma única resolução: cuidar de mim. Acho que passa muito por aí. Parece coisa pouca, mas pode ser hercúleo. O desafio é fazer com que não seja. É integrar esse cuidado nos meus dias, é inseri-lo nas minhas acções, nas minhas respostas. Cuidar de mim. E não falo de pele. Apenas. Falo de pele, corpo, olhar, mente e coração. Sobretudo do coração.

Sei que, se for capaz de cuidar de mim, serei capaz de tudo.

Um Bom Ano a todos.