quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Dois dias

Estivemos dois dias fora na companhia de amigos. O Verão é tanto isto, o imprevisto, o inesperado, o livre. Largámos tudo e fomos. Durante dois dias não tive internet no telemóvel, não houve wi-fi, não houve computador. Só descanso, passeio, conversa. Ahhhhhh, que bom.


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Diz-me o que comes #9


Pão, alho, tomate, ovo. Parmesão, sal, pimenta e manjericão. Uma das melhores coisas que comi nos últimos tempos. Delicioso, rico em sabores e muito saudável. Só me falta aperfeiçoar a técnica de escalfar um ovo.
A foto e o link para a receita vêm daqui



A Gaiola Dourada

Faz já uns dias que fomos ver a Gaiola Dourada. Estava com as expectativas muito altas, à espera de ver um filme de grande qualidade. Por isso foi muito bom sair da sala de cinema cerca de hora e meia depois, absolutamente feliz e encantada com este filme. Grandes actores, excelente argumento, cenários deliciosos. E o melhor final possível. 


domingo, 25 de agosto de 2013

Jardim Botânico

Há vinte anos que não ia ao Jardim Botânico. Desde a escola de artes, desde as aulas de fotografia. Se não me engano, na altura estava até encerrado ao público, fui lá com alguns professores e colegas. 
Ultimamente, sempre que lá passava pensava que era um excelente lugar para levar a Bárbara. Foi hoje. Tivemos a sorte de chegar e nos podermos inscrever na visita guiada gratuita da manhã. Integrámos um grupo de quase 20 pessoas, e ainda deu tempo para ver os peixes e jogar à bola. Para minha surpresa havia muitos miúdos pouco mais velhos que ela. E assim fomos saber dos carvalhos, dos eucaliptos, ver as grandes sequóias, abetos, gingkos e dos vários jardins dos Andersen, vimos peixes e rãs.
Foi um excelente programa alternativo à praia que tem estado bastante ventosa. Pena não ter acabado a manhã a almoçar no Góshò que entretanto também lá abriu. Ficará para uma próxima, porque hoje tive que ir provar um lombo assado feito pela minha mãe. Oh dia difícil.






sábado, 24 de agosto de 2013

17 semanas

Acho que já sinto umas coisinhas aqui bem no fundo da barriga. Há três dias que acontece, umas leves pancadinhas quando menos espero. Só senti a Bárbara pela primeira vez com 20 semanas, era a primeira gravidez e tinha placenta anterior, por isso não estava à espera disto tão cedo. Que boa surpresa. 

A Mãe que sou

Quando educamos uma criança nunca estamos sós. Há avós, tios, primos, amigos, conhecidos, por aí fora. Eu não sou de me melindrar com opiniões alheias, mesmo se contrárias à minha, nem é do meu feitio pôr em causa a forma de proceder de outros pais relativamente aos seus filhos. 
Mas detesto, odeio que me digam o que fazer numa situação mais constrangedora, que interfiram directamente na educação que dou à minha filha, que façam ouvir a sua voz em paralelo com a minha quando estou a falar com ela. Para mim, isso são atestados de incompetência que me querem passar. Umas vezes de forma mais velada, outras vezes mesmo à descarada.

Não sou, nunca serei a melhor mãe do mundo, longe disso. Mas sou a melhor mãe que consigo ser, e isso implica falhar, cometer erros, mas reconhecê-los e corrigi-los. Quando fui mãe cresci. Crescer implica ser capaz de escolher e aceitar as consequências das nossas escolhas. Acho que todos os dias me torno um bocadinho melhor mãe, e isso acontece porque a determinada altura experimentei, errei, acertei, tentei, quis saber, importei-me, ouvi-me. Todos os dias, a todas as horas, sem nunca desistir, mesmo que às vezes a paciência fosse de menos e o cansaço fosse de mais. Mesmo que às vezes me fartasse de ouvir choros e resmunguices. Mesmo que isso significasse ir para a cama exausta e esgotada por amainar as birras. Nunca desisti, nunca desisto, nem delego a educação da minha filha em ninguém.

Tento erradicar a culpa dos sentimentos que às vezes me assaltam, porque se há coisa que não posso sentir é culpa por fazer o melhor que sei. Há muito tempo que deixei de precisar da validação dos outros para sentir que estou a fazer bem. Gosto de ser a mãe que sou, porque sei que tenho uma filha feliz. Se tudo correr bem, terei duas filhas felizes. Não sou demasiado ansiosa como alguns acham, nem sou negligente como às vezes insinuam. As pessoas vêm o que querem, e quando escolhem dizer-mo, acho cruel e mesquinho, mas já não me faz duvidar.

Não sou, nunca serei a melhor mãe do mundo. Eu sou uma mãe normal, uma mãe do caraças. Não tenho que o provar. Tenho apenas que o ser.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

...

Ontem morreu uma bombeira. Vi algures uma foto dela a acompanhar a notícia da sua morte, onde se lia que tinha vinte e poucos anos, e que tinha uma filha pequena. 
Ontem fez oito anos que morreu um primo da minha prima, numa morte também relacionada com incêndios florestais. Sonhei com eles.
Quando chega o Verão, chega também o cheiro a fumo, o céu negro e as notícias de gente desesperada a tentar salvar as casas, as aldeias, as próprias vidas. Morre gente, morre esperança e assim morre o mundo, lentamente.

É o que eu digo

Ontem levámos a Bárbara a um concerto onde estavam os avós, que nos apresentaram algumas pessoas. Várias me perguntaram coisas relativas à gravidez, de quanto tempo estava, se tinha enjoos, até que uma senhora me abordou:
- Já sabe o que vai ter?
- Sim. Uma menina. 
- (olha para a Bárbara e faz um ar pesaroso) Deixe lá, eles às vezes enganam-se!


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Fada do lar... ou não

Já tenho dito por aqui que não sou nenhuma fada do lar, muito pelo contrário. Tudo seria uma maravilha se me sentisse bem assim, com a desarrumação. Mas não sinto, é uma dor de cabeça. Preciso de ordem e organização à minha volta, não convivo bem com o caos, mas não sei muito bem como não o criar. Como tenho pensado bastante no assunto, chego à conclusão que é mesmo uma questão de manutenção, de persistência. Voltar a pôr no sítio o que tirei, ter sítios fixos para as coisas e ter onde as arrumar. 
Eu cedo muito ao cansaço, e apesar de cá em casa insistirmos imenso na ideia de que devemos dedicar [pelo menos] meia hora por dia à casa para uma arrumação geral, muitas vezes simplesmente não sou capaz. E sou muito do "provisório". Estou sempre a arranjar sítios provisórios, o que depois se revela muito ineficaz. Acho sempre que vou ter muito tempo e muita vontade para pôr tudo em ordem depois. Por isso não é invulgar ter a casa num alvoroço, mas como disse, não consigo estar em paz com isto.
Uma das razões é que gosto de encontrar as coisas depressa. Gosto muito de sair, de fazer programas com a minha gente e ter que ficar em casa a fazer faxina é coisa que me revolta. Mas também odeio sair e deixar a casa desarrumada. Queríamos contratar uma empregada. Mas não podemos agora, temos que nos desenrascar.

Agora que vamos ser quatro, uma das coisas que mais me aflige é a logística de uma família aumentada. A roupa em dia para todos, os produtos da bebé nova a postos, as fraldas que são reutilizáveis sempre à mão e prontas a ser usadas, e para a Bárbara as batas do infantário, a mochila preparada. 
Sinto que tenho que dedicar algum tempo a preparar-me para estas mudanças e para ser tudo rápido e fácil, dentro do possível, e que porventura facilite a ajuda da minha mãe, da empregada dela ou do Daniel, para por exemplo não terem que estar a perguntar "onde estão as molas da roupa?" e tudo o mais que queiram encontrar. 
Isto é uma coisa que já devia estar interiorizada e mecanizada, mas não está. Apenas cheguei a um ponto em que reconheço a minha incapacidade de aceitar as coisas como estão, e acho mesmo que está na altura de fazer alguma coisa. Se há tanta gente que consegue, também eu hei-de conseguir.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Menino ou menina

Desde que começamos a dar notícia de um novo bebé a caminho, que uma das coisas que mais ouvimos foi: "agora é um menino!", ou a versão sentenciosa "agora TEM que ser um menino". De amigos, de família, sobretudo dos nossos pais. Os quatro avós foram unânimes, queriam um rapaz. Ou porque querem o nome continuado, ou porque o casalinho é que é giro, ou porque nem sei, idealizaram assim. Ora nós cá (nós leia-se eu e o pai) ficávamos contentes com o que viesse. Se fôssemos a olhar a aspectos puramente práticos e económicos, respondíamos logo que queríamos outra rapariga, para que se fosse um rapazito não tivesse que andar de cor-de-rosa. Isto pesa, porque infelizmente e não é só para nós, as coisas não estão fáceis. Do fundo do coração, acho que se houvesse uma balança, a minha penderia uns gramitas mais para a menina, porque adoro ser mãe da que já tenho. Mas como já disse, nunca pensei que isso fosse acontecer. Aconteceu, serei mãe de duas meninas. Por outro lado, penso como seria ter um filho, uma parte de mim gostava de saber. 
Estas coisas da gravidez a meu ver acontecem muito ao nível da fantasia. A mãe fantasia, o pai também, os avós, os irmãos. Acho que é por isso que se lê tanto por aí coisas como "o bebé real" e o "bebé imaginado". A certa altura são mesmo os bebés que fantasiam com a mãe e por aí fora. 
E por isso compreendo que os quatro avós tenham ficado como que desapontados (uns mais, outros menos), com a vinda da minha mais nova. Nem por sombras acredito que vá ser menos amada, menos acolhida. Mas se da Bárbara tivemos direito a sorrisos rasgados quando se soube o sexo, agora temo-los visto amarelos. Isso não nos belisca, porque afinal está tudo bem e o que eu quero mesmo é que continue assim. Mas se este post foi escrito é porque me surpreende mesmo é a quantidade e o tamanho das expectivas em relação a como deve ser constituída a família ideal. Dois pais e dois filhos, um de cada género. É curioso, a minha cabeleireira chegou a dizer-me que a coisa melhor que lhe aconteceu foi ter tido um casal logo à primeira, não ter tido que tentar um terceiro filho. 
Anyway, estamos felizes. Mesmo felizes. 
Ainda hoje fui abrir as gavetas e ver como estão as mini roupas, se servirão, porque a Bárbara nasceu quase no Verão, esta nascerá ainda no Inverno. 
Ainda hoje entrei no quarto da Bárbara e pensei, este é, será o quarto das minhas filhas. Da Bárbara e de uma que ainda não tem nome, mas já tem tanta força de viver. Sou abençoada, acreditem. E que ninguém me venha dizer o contrário.

Já estou quase a adormecer, ao menos isso

Adeus enjoos, olá azia.
Mas eu fiz algum mal a alguém?

terça-feira, 20 de agosto de 2013

De ontem

Para a consulta de ontem eu estava mais do que ansiosa. Não é aquela ansiedade histérica, não fico  visivelmente empanicada. Mas durmo mal, não consigo comer, fico com uma bola no estômago. E só ontem à tarde é que consegui verbalizar com o Daniel que estava em grande stress. Estava com medo que algo não estivesse bem, não sabia se íamos conseguir ver o sexo, e a insconstância do acompanhamento (depois explico) estava a deixar-me preocupada. 
Felizmente tudo correu bem. Está tudo bem com o bebé, medidas, órgãos, batimento, tudo aquilo que queremos ouvir. Gostei muito do médico,  de como detalhou todas as explicações, tudo. Gostei especialmente do suspense que fez sobre ser rapaz ou rapariga, as perguntas "têm alguma preferência?", "já têm uma menina ou um menino?", deixou-nos mesmo em pulgas. Adorei as notícias com que saímos de lá: às 16 semanas e uns dias, está tudo bem. Esta era a mais importante. A outra, foi uma notícia igualmente deliciosa. Saí de lá com um sorriso pateta, até meia incrédula. Não me via muito mãe de duas meninas, imaginava a Bárbara protectora do seu irmãozito e por cá falávamos muito em nomes de rapazes, talvez influenciados pelos desejos dos avós, tios, primos, de nos ver com o casalinho. Por outro lado, achávamos que ter mais uma menina seria mesmo muito prático, porque temos tudo, não demasiado cor-de-rosa, mas demasiado feminino. E uma menina é aquela ternura. Mas um menino também. 
Mas o médico viu, confirmou e tornou a confirmar, e eu tive que dizer aos meus pais: se quiserem netos homens, terão que falar com os meus irmãos. É uma menina e estamos felizes por demais!


sábado, 17 de agosto de 2013

Estes dois


Acho que hoje foi a primeira vez na vida dela que viu o mar tão revolto, de tão perto. Não estava maré vaza, as rochas dela estavam submersas, a praia estava bem diferente do que ela já se tinha habituado. De modo que nem pensar em largar os nossos colos. "Té medo do mar", disse ela vezes e vezes sem conta. Aqui, já estava mais tranquila, e abraçada ao pai, reunia coragem para se aproximar da areia molhada. Eu não a quero medrosa, mas há coisas pelas quais temos que ter muito respeitinho. O mar é uma delas.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

E hoje


O tempo magnífico de ontem não se repetiu. De tarde fomos à horta, que está mais pujante que nunca. Tenho feito refeições em que quase tudo é nosso. Desta vez trouxemos penca, tomate coração de boi (o meu homem adora), tomate cherry (eu adoro), pimentos padrón, pimento verde, courgettes, beterraba, feijão verde, e algumas aromáticas, como hortelã para as limonadas e saladas, e sálvia e tomilho para um ratatouille. As malaguetas estão finalmente a aparecer e são imensas! 
À Bárbara faz muito bem este contacto com a natureza, com a terra e o ar livre. Distrai-se dos Caricas e da televisão que quero que tenha um papel mínimo nos dias dela. Depois da rega chegou a encarnar o papel da porquinha Peppa e toca a saltar para uma poça de lama.
Se começámos esta horta os dois, agora quem trabalha é o meu homem. Não sou imune à toxoplasmose, por isso não devo mexer na terra. Mas sou claque e apreciadora e ajudo no que posso, quanto mais não seja a ligar e desligar o motor da rega. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Hoje

Hoje da janela, o dia parecia sombrio e até fresco, mas quisemos sair de casa. Almoçamos cedo e fomos ao nosso bar da praia. A Bárbara fez uma nova amiga no outro dia e hoje voltaram a encontrar-se. Bendita a hora em que insisti com o Daniel para irmos carregados de toalhas e protectores, baldes e pás. A praia estava fabulosa, com uma leve brisa e maré vaza. Estivemos o tempo todo à beira-mar, cada um na sua rocha a molhar os pés. Finalmente a miúda ficou com sono, e ainda não estamos em tempo de sacrificar as sestas, por isso voltamos para casa. Enquanto ela dorme fiz scones para o lanche e talvez [é a vantagem de viver perto da praia] voltemos ao nosso areal antes do dia terminar.
Afinal, férias são férias. 




terça-feira, 13 de agosto de 2013

Prenda de anos

Eu queixo-me e ouço muitas queixas de outras mulheres sobre o drama de comprar presentes para homens.
O de cá de casa faz anos nos próximos dias e eu ainda ando aqui às voltas a pensar no que lhe vou oferecer. Não porque ele seja esquisito, não porque já tenha tudo, todos os gadjets e um armário recheado. Pelo contrário. Ele vai tão poucas vezes às compras, que acho que lhe falta tudo. Logo, tenho muito por onde escolher. Em tempos de crise tenho que optar mesmo pelo que ele precisa mais. E aqui estão duas hipóteses que não me saem da cabeça.




Paez


 Massimo Dutti.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

FÉRIAS


A partir de hoje e durante uns dias estaremos de férias. Não vamos sair, mas vamos parar. É um ano particular, por isso estes dias também serão diferentes, mas com muitos planos de correr a cidade, visitar lugares mais ou menos próximos e tentar fazer o máximo de dias de praia. Sounds good.



quarta-feira, 7 de agosto de 2013

*

Tirámos a manhã para fazer algumas compras e mesmo no meio do hipermercado, acabadinha de tomar um café, comecei a sentir-me fraca e a ver tudo escuro. Encostei-me ao meu homem e tapei a cara com a lista de compras, depois usei-a para a fazer de leque, enquanto mordia uma bolacha de um pacotinho que trazia na carteira. Demorei alguns minutos a recompor-me, mas depois deu para acabar as compras nas calmas. As xompas, como diz a Bárbara. Contei à minha mãe e ela disse-me "Vês? Tu da Bárbara não tinhas isso, desta vez é um menino e é comilão!". Eu rio-me. Toda a gente torce para que tenhamos um menino, é a mania do casalinho. Por mim é o que for, mas os sapatos lindos da Bárbara que estão a deixar de lhe servir podiam calçar outros pézinhos... É o aspecto prático, eu sei, mas também conta, sobretudo quando temos um guarda roupa de menina tão compostinho.
Quanto à questão da fraqueza, tenho reparado que quando tenho fome ela ataca mesmo repentinamente, fico fraca e à beira do desmaio. Tenho-me munido com bolachas e iogurtes líquidos para as saídas. Mas dentro de casa gostava de ter algumas alternativas. A fruta é uma boa hipótese, desde que acompanhada com hidratos, mas às vezes apetecem-me coisas diferentes, de modo que vou pôr-me a pesquisar por uns snacks saciantes mais levezinhos nas calorias. A enfermeira quer que eu coma sete vezes ao dia, não dá para estar sempre a comer bolachas e pão. Ela também diz que me dá duas ou três semanas para sentir esta gravidez a sério. Ainda mais? Eu enjoo todo o santo dia. Tenho uma mini barriga, tal como da Bárbara. De manhã parece um pneu, ao fim do dia é que se mostra. Nem a balança se mexeu desde a última consulta, o que significa que os meus esforços para me manter com um peso saudável estão a compensar. Agora é só controlar estes achaques de fome e siga para bingo.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

Estes dias

O forrobodó que tem sido cá em casa. 
As birras estão a voltar. Com o fim do ano lectivo as rotinas também se desviam. São onze horas e a pequena dorme, o que quer dizer que não vai haver sesta, o que quer dizer que lá para as sete da tarde está perdida de sono, o que quer dizer que provavelmente já não vamos poder dar um passeio depois do jantar.
Mas é suposto ser assim, daqui a um mês voltamos aos horários rígidos e até vamos sentir saudades destes nossos dias. 
O desfralde vai entrar em força, ela está mais do que preparada. Nós é que temos que arranjar coragem.
E uma nova fase, a dos medos. Ela verbaliza, diz que tem medo e eu acho bom. Porque assim podemos sossegá-la e dizer "o papá está aqui", "a mamã está aqui". Claro que a hora de deitar torna-se problemática. É preciso fazer a vistoria ao quarto, certificar-nos de que não há monstros atrás da porta, ou dentro dos armários ou mesmo debaixo da cama. E pulverizar o quarto com o spray-anti-monstros (é o inalador da água do mar, o da girafa). Finalmente, e apagada a luz, damos a mão por uns minutos até ela se sentir minimamente segura para que eu possa sair do quarto e deixá-la adormecer. Muitas vezes tenho tido que voltar e dizer da porta "tranquilinha, tranquilinha", até que o sono (o dela) vença. Continua a dormir a noite inteira, o que é muito bom, faz-me pensar que esses medos ficam de alguma forma resolvidos durante o dia.
Não tem a mínima noção de que vem aí um irmão ou uma irmã. Perguntamos-lhe uma vez se queria ter um mano. Disse que não. Vê a minha barriga crescer, mas não lhe desperta ainda curiosidade. Aponto e pergunto o que é. Diz-me que é o "bigo". 
Quanto a mim, a nós os grandes, estamos mais tranquilos. E ontem sorri tanto, respirei fundo ao ouvir o coração do bebé. Nem sempre os enjoos têm aparecido por estes dias, o que por um lado é bom, mas por outro, a presença deles tem qualquer coisa de tranquilizador, de está-a-evoluir. 
Tudo vai indo, como este Verão tímido. Aos poucos aos poucos. Um dia de cada vez.




Anit... errrr... Bárbara no IKEA










Estou exausta.