quarta-feira, 25 de julho de 2012

O caderno preto



Este caderno andava perdido num caixote qualquer, das primeiras mudanças que fizemos. Várias vezes me lembrei dele com alguma pena, porque aqui estão escritas algumas das minhas receitas preferidas. Receitas fantásticas que demoram 15 minutos a confeccionar, outras que fizeram sucesso, pequenos truques e descrições de alguns alimentos. No outro dia encontrei-o.

Depois de o folhear pensei que gostava de o oferecer um dia à Bárbara. Imagino-a a abrir o caderno numa página e a dizer, "Adorava este prato que a minha mãe fazia, cheirava tão bem!", ou "Isto comíamos em dias de festa, quando a casa se enchia de amigos". Não sei se algum dia lhe poderei dar um carro, um apartamento, ou até a viagem de finalistas. Mas posso dar-lhe estas pequenas coisas que ajudam a construir as memórias das infâncias felizes, nem que seja pela lembrança de um momento, de um cheiro, ou de um sabor.

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