quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Eu gostava de viver num mundo civilizado

Acredito que esta minha tendência, vá, para reparar nestas coisas seja também fruto de uma qualquer oscilação hormonal bem própria do meu estado de graça. Também mas não só. Há algum tempo que tenho vindo a reparar com especial atenção na quantidade de gente mal educada que anda por aí. 
Por exemplo, no trânsito. Não há dia nenhum em que pegue no carro e não encontre os chamados malucos da estrada, que não respeitam sinais de STOP ou de perca de prioridade, que vêm de trás e aceleram a marcha só para não facilitar a entrada na autoestrada ou na faixa, sei lá, ficava aqui o dia todo. 
Nos supermercados e lojas. As filas prioritárias, os elevadores, são para esquecer. Estão lotados com toda a gente menos aquela que realmente precisa. E quem precisa leva com uns olhares desconfiados"hmmm, será que aquilo é mesmo síndrome de Down?, não sei não". 
No mundo do trabalho. Nunca vi tanta porcaria, tanta falta de dignidade numa oferta de emprego. Ou pedem pessoas para trabalhar horas incontáveis de graça ou quase, ou colocam uma lista tão extensa de requisitos que é quase impossível não nos sentirmos humilhados ou inibidos de responder. Ou então, quando se trabalha, as merdas que têm que se aturar, nomeadamente de alguns clientes que se vêem no direito de exigir e exigir mais e de ser mal-educados, rudes e pedantes (o que para mim é tudo a mesma coisa).
Na internet nem se fala. Basta ler a caixa de comentários de algum grupo no facebook, ou de um blog, sobretudo de um com grande número de leitores para bater com os olhos em barbaridades de fazer arrepiar. Não há noção dos limites, é assustador.
O meu homem diz que gente mal educada sempre houve. Eu acredito. Mas a verdade é que nunca me cruzei com tanta. E quantidade de pessoas bem educadas, gentis, simpáticas está a escassear. Muitos dizem que é da crise. Eu também acho que é a crise. Mas não a financeira.


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