quarta-feira, 12 de março de 2014

Ser mãe de duas

É absolutamente maravilhoso, mas nada fácil. Tem tanto de bom, de surpreendente, de normal, como de confuso, barulhento e às vezes, desesperante.
Os finais de tarde cá em casa são absolutamente caóticos. A Bárbara chega exausta e faz birras para tudo, grita muito, chora e esperneia. Para a Teresinha também é altura do dia mais difícil, é aquele choro prolongado de descompressão e às vezes cólicas. Por esta altura nós também já estamos bastante estafados, mas a termos que nos dividir em mil coisas. Um acalma uma, o outro acalma a outra, um põe a mesa, o outro acaba o jantar, um estende a roupa, o outro dá banho, um leva o lixo, o outro arruma tralhas. Se eu não conseguir despachar muitas tarefas durante o dia, à noite é para esquecer, o cansaço leva a melhor. Vou para a cama às 11 da noite, se não for mais cedo e adormeço instantaneamente. Foi difícil aceitar que tão cedo não vou ter a casa arrumada (na verdade nunca tive e agora muito menos), nem extremamente limpa, mas faz-se o que se pode, a bem da nossa sanidade mental. Há uns mínimos e esses temos que cumprir. Mas muitas vezes (acho que todos os dias) olhamos em volta desconsolados e dizemos "que caos", mas não é que possamos fazer muito mais do que o que já fazemos. Mesmo assim é frustrante e às vezes dá vontade de fugir a sete pés.
Hoje pela primeira vez tirei uma foto da Teresinha com a máquina fotográfica e não com o telemóvel. Estou muito enferrujada e as fotos não saíram muito bem. Mas desta gosto. Não lhe consigo tirar parecenças e ainda não ouvi duas opiniões iguais. Vão desde "é a cara da irmã!" a "é igualzinha ao avô". Para mim não é importante, posso dizer que os sorrisos das duas com este tempo de vida não podiam ser mais diferentes. A Teresinha é mais carrancuda, mais séria. Às vezes pergunto-me se foi de tanta tristeza e insegurança que senti durante a gravidez, terei stressado a miúda? Mas já abre bem os olhos, fixa em mim e já temos boas conversas. Depois adormece, e eu fico sossegada e a achar que não, ela não é nada stressada, eu é que sou. 


3 comentários :

  1. É uma fase que passa, mas cada vez mais temos que nos poupar para o que realmente interessa... Eu vou aprendendo isso, devagar. Mas descobri que um dia arrumo a cozinha e no dia seguinte "atiro" a loiça para dentro do lava-loiças, uma semana aspiro e na seguinte passo a swiffer, and so on... Temos que descobrir a desarrumação com que conseguimos viver para não vivermos a arrumar...
    Um beijinho grande e a Teresinha (adoro o nome) é uma doçura e não tem nada ar de stressada :D!

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  2. Também sou mãe de duas e percebo-te. Uma tem quase 3 anos, a outra atingiu agora os 2 meses. O que me custa mais é que sou mãe de duas das 6h da manhã às 21h (o pai trabalha longe)e aquilo que até podia ser um gosto - enquanto um trata de uma e o outro da outra - é um stress pois sou eu e as minhas duas mãos que banham as duas, alimentam as duas, dão colo a uma porque só comunica por chorinhos, e colo a outra porque se magoou numa traquinice qualquer...e sinto que o meu sistema nervoso (e as minhas rugas) estão nos limites... quero ir trabalhaaaarrr!

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