sexta-feira, 15 de novembro de 2013

o melhor do meu dia

À medida que o dia passava ia-me perguntando o que seria o melhor. Foi um dia doce, bonito. A Bárbara tem estado adoentada e por isso resolvemos mantê-la em casa por estes dias, mas hoje saímos para almoçar nos meus pais e para a levar ao médico, por haver alguns sintomas que persistem. Ela, que por lhe custar a adormecer com a tosse, acordou tarde, não dormiu a sesta, mas andou sempre a cantar, a rir, a brincar. Até que à noite se "transformou" num diabinho. Foi um berreiro daqueles para lhe vestir o pijama, nem houve história, nem anjo da guarda, e as canções que lhe costumo cantar já de luz apagada serviram para acalmar os soluços do choro com ela no meu colo, e eu sentada na cadeira baixinha, exausta de ouvir chorar e com algumas dores. Com ela muito aninhada no meu peito, agasalhei-a com uma manta e lá cantei a "Sorry", o "João Pestana" e a canção da Lua, como todas as noites. E foi então que se deu o melhor do meu dia, sem qualquer dúvida ou engano, a bebé começou a dar pontapés, a mexer a mexer, a ondular, a serpentear. Não é a primeira vez que isto acontece quando pego na Bárbara ao colo. Acontece quase sempre. Desta vez achei que foi especial, como um pequeno mimo da mais nova para a mais velha que já tinha passado o limiar do cansaço e precisava de conforto naquele momento. Gosto de pensar que as duas vão ser assim, amigas e cúmplices. E que este momento foi apenas um prenúncio do que será a relação entre as duas irmãs, as minhas filhotas, os meus tesouros.

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