quarta-feira, 13 de novembro de 2013

(a)normalidade dos dias

De vez em quando lá ouço "ah eu sei da tua vida toda, leio o teu blog". Eu rio-me tanto por dentro. Que disparate. Eu nunca faria isso a quem me lê, expor todos os pormenores da minha vida, há dias em que é um tédio! E outros em que me apetece falar de tudo o que vi, ouvi, cheirei e senti. Mas mesmo nesses dias ficaria muita coisa por dizer. É assim. Gostava muito de ter poder de análise e jeito para a escrita suficiente para dizer tudo o que penso sobre a blogosfera, sobre quem lê e quem comenta. Enquanto não acontece, limito-me a reflectir muito, primeiro porque tenho um blog desde 2008 e deve haver uma boa razão para isso. Depois porque cada vez a lista de blogues que visito com alguma regularidade é maior e identifico-me com alguns por motivos vários. Gosto de pensar sobre isto.
Gosto de escrever, mas há dias em que sinto que nada interessa e outros em que não me calava. 
Estes dias têm sido assim, calados por aqui. Mas intensos por casa, com as primeiras maleitas de Outono, mas também as primeiras castanhas. As primeiras contracções (as de Braxton-Hicks), e os primeiros sinais de que é preciso pensar em abrandar. Com dias muito muito ocupados, outros muito muito produtivos, outros muito, mas mesmo muito frustrantes. Daqueles que começam logo mal, com uma multa, ou com uma birra monumental só para tirar o pijama. O que é desafiante e gratificante no final do dia é tentar tirar partido das coisas boas, retê-las e dizer a nós mesmos "não há mal que sempre dure", porque a dada altura as coisas lá se compõem, tranquilizamos os nossos ânimos, sintonizamo-nos e arranjamos forças para avançar. E são assim as nossas vidas, tão ricas, naturalmente normais. Graças a Deus.

1 comentário :

  1. Plenamente de acordo.
    Há uns dias, virado para mim, um colega no escritório dizia alto e em bom som, qualquer coisa do género:
    Toda a gente sabe da sua vida através do facebook; toda a gente fica a saber onde anda e o que faz e quando faz...
    eu olhei, deixei-o falar e disse-lhe que não. Que só sabem o que eu quero ou deixo. - É assim!! digo eu agora. Publicamos fotografias, mandamos umas "bocas" e umas observações, é certo. Mas... pobres de nós se a nossa vida fosse apenas isso. Que precária a nossa estadia por cá, se nos expuséssemos dessa forma.. que pouco inteligentes seríamos se demonstrássemos as nossas fraquezas e, se deixássemos que calculassem o quão longe e fortes podemos ir. Nós somos o que mostramos e muito, muuuuuuito mais do que no Facebook ou do que em qualquer outra rede social é publicado. Sobretudo somos muito mais inteligentes do que o que nos querem fazer parecer. Deixá-los falar! :)

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