Crazy town

A semana está a ser a verdadeira loucura. 

Ontem estive a trabalhar até perto das três da manhã, altura em que a B. acordou. Pensei, ok, vamos lá beber um leitinho e voltar a dormir. Sim sim, pois pois, a moça queria ver tudo. Era a luz de presença, era o coelho, era a porta, era a cadeira, e torcia-se e olhava, e palrava, e a minha paciência a ir-se, a desvanecer-se, a esfrangalhar-se. Depois de muitas voltas e dois "Shhhhh's" mais zangados meus e do pai, lá a convenci a deitar a cabeça no meu ombro e relaxar um pouco antes de a deitar. Consegui que dormisse... à segunda tentativa.

Cheguei a cama a sentir-me terrivelmente mal com o facto de lhe ter ralhado, sem sono e a sentir este melão que tenho em vez da cabeça, prestes a rebentar.

Às sete, toca a levantar e preparar mais um biberão e agora, que são quase onze horas, pai e filha roncam, enquanto eu me lanço numa corrida contra o tempo para terminar um trabalho. Não me falta quase nada, só corrigir dois desenhos, imprimir documentos, preenchê-los e assiná-los, imprimir os desenhos, cortar, dobrar, assinar e depois organizar os processos e, a parte mais porreira, entregar, que eu julgo que já não vai ser possível ser hoje. Poucochinha coisa, estão a ver?

Neste momento, sinto que para as coisas andarem nos eixos tenho eu que andar sempre em cima, de olho aberto, sem vacilar, sem me descuidar um minuto que seja. Mas no fundo, acho que não tem que ser desta maneira, senão, o que seria de mim, o que seria de nós, se tudo fosse assim tão rígido. 

Resta-me esperar que o fim-de-semana chegue, e com ele chegue alguma paz de espírito.

Por agora, tenho que bulir. Já a ouço chorar lá em cima, a corrida vai continuar!