Mentiria se dissesse que 2014 foi um ano muito bom. Teve muito de [muito] bom, com o nascimento da Teresinha. Mas foi um ano difícil, de ajustes, de tentativas e falhanços. Foi um ano em que fui posta à prova. Às vezes acho que superei, muitas vezes acho que não. Talvez esta sensação agridoce se deva ao facto de ter chegado ao último dia do ano esgotada, física e psicologicamente, no limite.
Não esperava por dias tão difíceis como os que temos tido, com a Bárbara numa brutal ansiedade de separação e com tudo o que daí vem, despedidas, hora de dormir, alimentação, questões de comportamento. Tem sido muito complicado, e nem sempre estamos na melhor forma para lidar com ela, sobretudo por falta de descanso. Tenho muita dificuldade em verbalizar o que tem sido, de tão avassalador que tem sido. Mas é evidente que a nossa tranquilidade passa para ela, assim como o nosso desassossego. É algo em que temos trabalhado, um dia de cada vez.
Estou consciente de que tudo leva o seu tempo e que isto há-de passar. E hão-de aparecer outras coisas, mais ou menos complicadas de resolver. Mas eu não quero tornar a educação das minhas filhas, a nossa vida, no fundo, um drama. E sei que isso depende muito de nós, pais, adultos.
Por isso, para 2015 fiz uma única resolução: cuidar de mim. Acho que passa muito por aí. Parece coisa pouca, mas pode ser hercúleo. O desafio é fazer com que não seja. É integrar esse cuidado nos meus dias, é inseri-lo nas minhas acções, nas minhas respostas. Cuidar de mim. E não falo de pele. Apenas. Falo de pele, corpo, olhar, mente e coração. Sobretudo do coração.
Sei que, se for capaz de cuidar de mim, serei capaz de tudo.
Um Bom Ano a todos.