Chegou o dia em que ela estava no tapete da sala, sentada a brincar. Fincou os dois pés no chão, arrebitou o rabo e endireitou-se. Levantou ligeiramente os braços, para dar equilíbrio, abriu as mãozinhoas "à menina" e off she went. Deu a volta ao sofá, à mesa da sala, transpôs a porta, passeou pelo hall e foi à cozinha ter com o pai. Pelo caminho ainda afastou o cabelo dos olhos e rodou os pulsos, em jeito dançante.
Já não são uns passos tímidos da mãe para o pai, do pai para mãe, já em desequilíbrio mal vê os braços abertos para a receber. Já não é passar do sofá para o banco, da cadeira para o boneco pendurado nas grades da cama. Precisa cada vez menos da nossa mão para ir onde quer. E é isto, que no meio de toda esta alegria e toda esta conquista me faz ficar um bocadinho melancólica: ela está a crescer tão, tão depressa.
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