sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Faltam 5 semanas

O Natal faz-me lembrar o dia de casamento para os noivos. Muita preparação, muita expectativa, muito frenesim, e depois o dia passa num ápice. A juntar a estas azáfamas juntam-se aquelas próprias de quem espera um bebé para daqui a... um mês. 
A tábua de passar a ferro veio morar para a sala, as gavetas da cómoda que eram exclusivamente da Bárbara [são seis] foram reorganizadas, limpas e arrumadas e já três das gavetas alojam mini roupas fofas, suaves e cheirosas. Ando encantada com o cheiro do detergente de bebé e só me apetecia usá-lo na nossa roupa toda.
Os brinquedos foram limpos e arrumados por idades, os cantinhos da brincadeiras estão a ser repensados para duas. Fui três vezes à Casa Rocha na última semana, comprar beirinhas e fitinhas para os lençóis da alcofa e já mandei aplicar.
Estou constantemente a arrumar e a limpar coisas, e a organizar e a separar, a escolher, a mudar de sítio. E há sempre tudo para fazer. Mas este nesting é delicioso, e entre a ansiedade de conhecer a nova bebé e o desejo de que esta gravidez dure para sempre, é assim que vou esperando por ela: feliz.

domingo, 15 de dezembro de 2013

o melhor do meu dia


Não foi um fim-de-semana nada fácil, mas teve momentos bons, nas tréguas da virose. A Bárbara vomitou muito, a ponto de nem a água segurar. Sinto-me terrivelmente cansada e pesada. Mas no fim do dia, quando finalmente ela adormeceu, olhei para mim e vi-me grande como nunca estive, e mesmo assim gostei do que vi, uma mulher bonita, poderosa. Estou feliz, grande, mas feliz.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Sentimentos

Costumava ter um pesadelo que me deixava muito incomodada. Chegava a casa e via tudo revirado. Ficava em pânico com a invasão do meu espaço e das minhas coisas. 
Uma destas noites partiram-me o vidro do carro. Não havia nada mexido, não me faltava nada. Também acho que a desarrumação do meu carro desmotiva até um ladrão. 
Mas, ao contrário do meu pesadelo não senti nada. E até já tratei da substituição do vidro. Continuemos.

Ontem depois de tratarmos do vidro, a caminho de casa, íamos no carro, o Daniel preparava-se para sair da autoestrada e o carro da frente fez uma guinada para a esquerda, e entretanto vimos um carro parado na estrada, à espera que alguém lhe cedesse passagem. Isto de ter uma saída logo antes de uma entrada, não faz sentido.
Com a travagem brusca que o Daniel foi obrigado a fazer, fiquei tão assustada e tão agoniada, tão mal disposta, que mal consegui jantar. 

As emoções estão ao rubro. Tenho deitado uma lagrimita secreta com os momentos mais emocionantes do Masterchef Australia. 

O meu lado de mãe leoa anda a sobressair. Acho que ando meia chatinha com ele. Quando perco a paciência fico mesmo danada. Quando canso, canso mesmo. Comecei a ressonar (no fim da gravidez da Bárbara também aconteceu) e isso abalou a minha autoconfiança. Não consigo (conseguimos) decidir o nome da bebé. Às vezes gosto de todos, outras vezes não gosto de nenhum. 
Mas sinto-me focada, concentrada. Mas assim meia louca. Oh God. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Keep it simple

De tanto tentar simplificar, complico. De tanto tentar organizar, desarrumo. Mas não desisto, para o bem e para o mal não desisto de encontrar o meu ponto de equilíbrio. 
Livrar-me de uma ideia perfeita de mim, da minha família, da minha casa, da minha vida. Livrar-me do perfeccionismo, livrar-me da culpa, da sensação de incompetência. Fazer o melhor que sei, o melhor que posso. Aceitar. Ouvir-me. Acreditar. Confiar. É o que eu quero, acima de tudo. 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

***

Hoje é dia de ecografia morfológica e em princípio será a última. Chegou finalmente a altura de preparar a Bárbara para a chegada da irmã. Tive bastantes dúvidas se a deveria levar ou não a assistir ao exame. Pode vir a revelar-se um perfeito disparate, ela pode estranhar ou até mesmo perturbar, pode não se interessar, mas pode gostar de ser envolvida e incluída nesta fase. 
Até agora temos falado no assunto, mas sem maçar muito. Até porque já deu para perceber que ela de facto sente algo a mudar, mas não faz a mínima ideia do que seja uma "irmã". Uma das perguntas que nos fazem mais frequentemente além do nome, é como é que a Bárbara está a reagir. De facto ela vê a barriga crescente, à qual não dá muita importância, mas daí a perceber que está aqui um bebé muito enroladinho à espera de nascer vai uma grande distância. Mas que ela sente, isso sente. Suspeito que o facto de ela andar a pedir mais colo e estar um pouco mais temperamental tenha também a ver com isso. Então é importante que ela comece a ouvir sobre o que vai acontecer, da mesma maneira que também importa reflectir e tomar algumas decisões sobre a forma como vamos gerir o dia do nascimento e os seguintes, o primeiro encontro entre elas, os ciúmes, toda essa logística. 
Para já, vamos mostrando a barriga, falando na mana que é uma bebé muito pequenina a quem a Bárbara vai ensinar muitas e muitas coisas. Não o fazemos nem admitimos que lhe digam que "depois de a irmã nascer é que vai ser, acaba-se a atenção, o mimo todo". Já tive que dar alguns chega para lá no que diz respeito a este tipo de afirmação. Desnecessário, inconveniente e falso. 
Quanto às visitas na maternidade, acho que também se podem dispensar. Se for parto normal são dois dias de internamento, e acho escusado levar a Bárbara para um ambiente em que vai ver a mãe e o pai exaustos, num ambiente hospitalar, a ter que cuidar e tratar de uma nova bebé que afinal merece também atenção exclusiva. Se for dia de semana continua a ir ao infantário, se for fim-de-semana o pai e os avós podem fazer um programa giro com ela. E depois sim, ir buscar-nos à Maternidade, ou receber-nos em casa. Mas há sempre espaço para mudança de planos, não sei como me irei sentir na altura. Depois o resto tomará o seu rumo, o mais naturalmente possível, se tudo correr bem.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

o melhor do meu dia

Rever esta fotografia. A Bárbara com 15 meses.

Hoje

Hoje tentamos um recomeço aos dias ditos normais. A Bárbara voltou para o infantário [muito contrariada] depois de umas semanas a recuperar das constipações e febres. E eu volto ao trabalho, para fechar assuntos que não podem ficar pendentes com a vinda da bebé, mas que não podem interferir nos primeiros meses dela. 
Como sempre sou uma relaxada profissional no que toca a planeamento e dou por mim a 9 semanas do grande dia sem quase nada preparado. Vou tentar começar hoje a separar umas roupinhas.
Já conto com 31 semanas. Foi e está a ser uma gravidez difícil. Descobri tarde e só por isso já me parece mais curta. Mas por outro lado, há vezes em que só quero que passe, porque estou cansada das dores que tenho, da azia, de bambolear, de me ver aumentar. Está a ser uma gravidez difícil porque não conseguimos sentir-nos felizes a cem por cento, porque o desemprego chegou cá a casa, porque o futuro está demasiado incerto, e dia após dia continuamos com medo. Vale-nos uma família que nos dá muito apoio e que apesar de tudo acolhe esta nossa outra filha com a maior alegria do mundo e nos diz "tudo se cria!" e nós queremos muito acreditar, mas às vezes é mesmo muito complicado e não queríamos que fosse assim. 
Independemente de tudo isto é muito bom saber que vem aí mais uma criança, uma irmã para a Bárbara, uma filha mais nova. Sinto-a dentro de mim e gosto de pensar se vai ser muito parecida com a irmã, se vão ser muito amigas. Sinto que vai correr tudo bem. Acordo de manhã e mal pouso a mão na barriga e tenho consciência da gravidez, sinto-me muito feliz. E é a esse sentimento e não aos outros negativos, que me quero agarrar com todas as minhas forças.