segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Hoje

Hoje tentamos um recomeço aos dias ditos normais. A Bárbara voltou para o infantário [muito contrariada] depois de umas semanas a recuperar das constipações e febres. E eu volto ao trabalho, para fechar assuntos que não podem ficar pendentes com a vinda da bebé, mas que não podem interferir nos primeiros meses dela. 
Como sempre sou uma relaxada profissional no que toca a planeamento e dou por mim a 9 semanas do grande dia sem quase nada preparado. Vou tentar começar hoje a separar umas roupinhas.
Já conto com 31 semanas. Foi e está a ser uma gravidez difícil. Descobri tarde e só por isso já me parece mais curta. Mas por outro lado, há vezes em que só quero que passe, porque estou cansada das dores que tenho, da azia, de bambolear, de me ver aumentar. Está a ser uma gravidez difícil porque não conseguimos sentir-nos felizes a cem por cento, porque o desemprego chegou cá a casa, porque o futuro está demasiado incerto, e dia após dia continuamos com medo. Vale-nos uma família que nos dá muito apoio e que apesar de tudo acolhe esta nossa outra filha com a maior alegria do mundo e nos diz "tudo se cria!" e nós queremos muito acreditar, mas às vezes é mesmo muito complicado e não queríamos que fosse assim. 
Independemente de tudo isto é muito bom saber que vem aí mais uma criança, uma irmã para a Bárbara, uma filha mais nova. Sinto-a dentro de mim e gosto de pensar se vai ser muito parecida com a irmã, se vão ser muito amigas. Sinto que vai correr tudo bem. Acordo de manhã e mal pouso a mão na barriga e tenho consciência da gravidez, sinto-me muito feliz. E é a esse sentimento e não aos outros negativos, que me quero agarrar com todas as minhas forças.

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