Pensava eu, na minha inocência, que isto agora ia ser só tempo, tempo para dar e vender, tempo para fazer exercício, tempo para pôr as minhas coisas em ordem, tempo para pensar no meu portfólio que vai ser o projecto final, tempo para cuidar da minha pequenina e dar grandes passeios com ela e claro, tempo para continuar a trabalhar. Mas não, esborrachei-me contra a realidade. Continuo a correr e a trabalhar a mil. Bom sinal, entenda-se. Muitas paginações para fazer. Mas é tudo para ontem, pá. E eu, que queria mesmo cortar o cabelo, tive que acordar cedíssimo no feriado, para o poder fazer, consequentemente o pai teve que acordar cedíssimo para cuidar da piccolina. E com noites mal dormidas, pés frios e sem tempo para muitas bebidas quentes, começo a ficar constipada, garganta a picar, cabeça moída e pingo no nariz, e a adivinhar um fim-de-semana de benurons e lenços de papel.
Ainda assim, hoje abalamos para a aldeia do marido, de encontro a uma lareira gostosa e possivelmente uma tentativa de apanhar algum musgo para fazer o presépio, que há anos que não se faz um cá em casa. Digo tentativa, porque ervinhas e mato não é comigo, para maior desgosto do marido. Coitado, primeiro pensou que eu era rica, e agora sai-lhe também uma menina da cidade. Azares. Podia ser pior.
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