Há muito tempo que eu queria escrever este post

Foram dias, semanas de muito trabalho. Dias de quase reclusão, dias de me desdobrar em mãe e trabalhadora com muita dificuldade, dias de tentar explicar ao marido que se não entregava o trabalho depressa, morria sufocada, quando ele me dizia que estava obcecada. E sim, estava. Porque foi uma excepção, foi a gravidez, foi o parto, foi a licença de maternidade, foram outros compromissos. Porque havia duas pessoas do outro lado que esperavam. Com muita paciência. Muita paciência mesmo. E a certa altura, tinha que ser. Pus-me a mim própria em modo robot e toca de levar tudo de seguida e à frente. Até que, depois de alguns azares de última hora, fui hoje à câmara registar o processo.

Pensei que hoje ia sentir uma felicidade extrema. Um alívio, um êxtase, sei lá, qualquer coisa. Mas não. Sinto-me normalita. E vai ser na mesma um dia de muita azáfama. Porque há álbuns para paginar. Porque há o projecto final do curso para pensar, para começar. Muita coisa (despojos da guerra) para organizar. Mas estamos no bom caminho. De certa forma, há aqui um capítulo que se encerra. E a Arquitectura está a passar agora para segundo plano, embora ainda tenha coisas pendentes. De modos que é isto. Vamos ver onde a vida me leva. Ou onde eu me vou levar. Para já gostava de me levar ao cabeleireiro, à depilação, quiçá uma massagenzita. Levar a minha piquena à praia para vermos o mar revolto.

E agora? Agora vamos lá paginar. Depois quem sabe ir beber um chá de fim de tarde, como fazia com o meu homem no fim do Verão quando ele ainda não ficava a trabalhar até às 9, 10 da noite.