domingo, 22 de maio de 2011

1 week to go

Há poucos dias sentia que a hora do parto estava próxima, mas tão próxima que pensei que hoje, já seríamos 3.
Mas, e como de costume, enganei-me. As coisas não são assim tão matemáticas. 
E entre (ainda) o receio inerente ao nascimento da bebé e a vontade de a conhecer, fico-me neste estado de quase rebentamento. Estar grávida foi a coisa mais maravilhosa que já experimentei, desde a emoção da notícia, ouvir o batimento cardíaco, sentir o primeiro pontapé, imaginar nome, rosto, pele e sentir que há vida aqui dentro. E depois pensar naquelas coisas mais ou menos absurdas mas muito engraçadas como: dentro do meu corpo tenho dois corações, dois estômagos, quatro rins, dois fígados, um nariz, vinte dedos, dois joelhos, e uma cabeça. Eu tenho um ser humano aqui dentro, que começou por ser uma célula. Fantástico.
Mas agora, e apesar de ter tanto prazer num pontapé ou movimento mais apertado e por isso, mais doloroso, tenho muitas dores e muita dificuldade em mexer-me sem parecer que estou a ser espetada por quinze mil alfinetes. O meu corpo está em modo mãe, vaquinha leiteira, e reclama pela sua cria. 
Não sei o que a natureza me reserva, porque esta fase parece o pára arranca na VCI a uma sexta-feira. Nem sei que planos ainda posso fazer, a minha vida é um enorme "Se". Mas é bom, porque sinto que, sei que estou pronta.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Penélope ao poder


De vez em quando, a seguir ao jantar, eu e o marido vamos aqui ao lado tomar um descafeinado. A Penélope segue-nos sempre. Ou em zizezague pela rua, ou através dos jardins (haja cães ou não). Entramos, e ela entra também. Cumprimenta toda a gente, que é como quem diz é um roço pegado nas pernas dos frequentadores do clube, homens broncos e rijos, que a adoram, que lhe fazem festas e que acham piada a esta felina destemida. Não contente com isto, frequentemente zarpa até ao salão de bilhar, sobe à mesa e fica a contemplar o pano verde, até alguém a ir buscar. Também não raramente, entra no bar só para ver o que há.
Quando saímos, ela sai também, ou não. 
Mas o que é mesmo catita nesta história toda, é que ficámos a saber que ela faz isto todos os dias, quer lá vamos, quer não. Vai sozinha, pronto. E o ritual, pelos vistos, é o mesmo.
Esta gata tem carisma, pá. Não é que um vizinho a trouxe cá ao colo porque a julgava perdida? 
E hoje atravessou-se à frente de um táxi. Ainda lhe passou por baixo, mas escapou ilesa e o motorista ainda parou e saiu do carro para saber se a tinha ferido. 
Eu fico parva. E contente por ela coleccionar assim tantas amizades. Estou a pensar seriamente em torná-la candidata a Primeiro Ministro. Ao Passos Coelho mete-o num bolso, e ao Sócrates... come-o de cebolada, como se fosse uma lagartixa. Tau!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

FCP


Se não for pedir muito traz a taça embora, sim? Sim?
Combinados, então.

Obrigada!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Também quero


A Penélope e a Micas, felinas cá do burgo, andam sempre à procura de sítios fofinhos e aconchegadores para estar. Coisa de gato. Onde há uma caixa com tampa, há um potencial esconderijo, sobretudo para a pretita. A Micas gosta mais de armários.
Agora é vê-las doidas com as coisas da bebé. Ele é a cama de grades, ele é a alcofa, ele é a banheira. E eu sempre a proteger tudo com plásticos, a afastá-las dos sítios que têm que ser "pêlos-free".
Não sei como é que os gatos se comportam com as crianças, mas espero que recebam bem a pequenina. Gosto de pensar nas gatas como duas guardiãs. Mas às tantas elas querem é alargar os seus território. Ainda me agarram na bebé pelo cachaço e vão deitá-la nas suas caminhas de vime. Não me admirava nada.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sem título

Pronto, agora que passou a euforia, passo a explicar: está quase. Não vou entrar em pormenores, senão o número de leitores e comentadores cresce e eu gosto de resmungar que não tenho muitos comentários e que ninguém lê isto, e mimimimimi. Se me puser a falar de sangue e dor, as visitas disparam e não queremos isso. Pronto.
Então hoje, na segunda consulta de termo da maternidade, viram-se progressos. Pelos ditos progressos, pode ser uma questão de dias, horas, uma semana. Podemos ir a apostas. Também há quem diga que é a lua que o vai determinar.
Papi ainda tem trabalho para adiantar e gostava que a menina esperasse uns dias, eu estou à espera de ver o que acontece. Mocinha tem tudo pronto, tudo à espera, e muitos bracinhos para a receber. Mami quer muito conhecer a mocinha. Promete que vai tentar que os nervos não se apoderem do momento. Não vai insultar o pai com o: "Tu é que tens a culpa disto!!!", como nos filmes.
Acho é que vou chorar. Quando ouvir o chorinho dela, ou quando a vir. Não sei porquê. Ou chorar, ou rir muito. Imagino que seja um momento avassalador. Espero bem que sim.

OMG!

Está quase, está quase, está quase!

domingo, 15 de maio de 2011

É bom ginasticar

Aproximando-se a hora, as recomendações de há umas semanas atrás, de calma e repouso, mudaram.
Com 38 semanas, as palavras de ordem são caminhar, estimular bastante a barriga e fazer muitos exercícios, caminhar, subir escadas. Aproveitei que não conseguia dormir, levantei-me cedo e fui caminhar para a praia.
De tarde lavei a roupa da bebé, arrumei a que já estava pronta, mudei móveis de sítio, montei a espreguiçadeira, organizei algumas coisas para a mala da maternidade.
Agora nem me posso mexer, dói-me tudo. Isto do nesting é muito giro, mas é fácil exagerar. 
Ontem foi a aula prática [e bem prática] sobre a expulsão. Espero amanhã conseguir levantar-me da cama, porque virar-me de lado já é um acto faraónico. Depois logo verei. Se entretanto não entrar em trabalho de parto, que é para não me armar em esperta.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Isto é só o princípio



Venho de uma visita guiada à maternidade. Esta visita serve basicamente para sabermos o que nos vai acontecer no grande dia e por onde vamos andar. Nós e os pais. 
Pois que gostei. Andavam lá uma carrada de enfermeiras, parteiras e achei-as todas simpáticas, sorridentes. Isso deu-me logo uma certa calma. A sala de partos, a que chamam a "Box" tem um ar perfeitamente friendly. Mas a ideia de que daqui a poucos dias vou entrar numa delas, provocou-me uns certos cagufes. Até podemos ir às aulas de preparação para o parto, visitar maternidades, ter consultas cada vez mais frequentes no médico particular, na maternidade e por aí fora. É uma questão de dias até ao filme das contracções, das águas a rebentarem, das epidurais e outras "epis" que me fazem tremer mais do que o parto em si. Mas por outro lado, sinto cá umas ganas de conhecer a minha picolina, que ninguém imagina.
Nestes últimos dias, e como o espaço aperta, sinto-a como nunca. Sinto-lhe os membros. Anteontem ia jurar que quase lhe agarrava uma mãozita. E ontem de novo. Disse ao papi: "Olha aqui este alto!" e ele ficou ali imenso tempo a brincar com aquele papinho, que não sabíamos se era pé, se era mão. Ele tocava, e ela também. Eu ali no meio, deliciada, mãe orgulhosa, inchada. Ainda mais quando eu lhe digo: "Já viste, estamos quase no fim" e ele me responde "Não, estamos quase no início". 
Ele nem imagina como fico ainda mais apaixonada de cada vez que o vejo de pedra e cal numa consulta, num exame, mesmo que se ria dos meus "ais uis", e diga que a minha cabecinha já não é o que era antes da gravidez quando eu demoro a perceber alguma coisa. Estou a ver-lhe uma coragem que não lhe conhecia. E um amor tamanho, mas tamanho mesmo. E estou mesmo grata por isto. É que tenho só a melhor família do mundo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011




Foi assim que comecei o dia de hoje. Com uma bela de uma caminhada na praia. A minha vontade era voltar a casa, vestir o bikini (ou whatever) e voltar para lá de toalha na mão, chinelo de dedo, abancar numa rocha e esticar-me ao sol. Fechava os olhos, ouvia as ondas e...  qual quê.
Vai daí, lá foram 45 minutos de caminhada. Só faltou a "água dji côco".
Agora estou a debitar mails, documentos e desenhos. Coisas várias e giras, portanto. Fofinhas que só visto.

No place to go

Fui à minha agenda ver os meus compromissos de amanhã e não tenho lá nada marcado. Nada, niente.
E, apesar de ter na mesma muita coisa para fazer em casa, não tenho horas impostas por nada, nem por ninguém.
Parece incrível. E like. Like a lot.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sou feliz

Se há bem pouco tempo andava a sentir-me um bocado desamparada em termos de consultas, esta semana foram já duas, e para a semana já vou à maternidade para a primeira consulta de termo. As contracções de Braxton-Hicks já são muito frequentes e de um dia para o outro perdi muita mobilidade. Custa-me levantar, custa-me sair do carro, virar na cama. Mas continua a apetecer-me fazer tudo e mais alguma coisa. Arrumações, caminhadas, trabalhos. A chatice é que o corpo não acompanha esta vontade e sempre que páro um pouco, o cansaço desce sobre mim, de uma forma tão violenta que tenho mesmo que fechar os olhos.
A minha miúda também já mexe menos. Vou ter muitas, muitas saudades de a ter só para mim. Mas sinto um enorme orgulho por estar a gerar uma vida. E uma humildade muito grande. É que de cada vez que a vejo numa ecografia me sinto pequenina, muito pequenina, porque não deixo de pensar que muita coisa podia ter corrido mal. E chegámos até aqui, as duas. Os três. Agora só peço tudo aquilo que todos pedimos: saúde, amor, paz. E o que parece ser o maior cliché, torna-se assim, a coisa mais essencial das nossas vidas.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Yellow is not my colour


Nem imaginam o desgosto que tenho por não poder vestir uma peça de roupa desta cor. Adoro amarelo na roupa. Nas carteiras. Nos sapatos. Mas pareço uma lula desmaiada. Ou pior.
It sucks.