Há poucos dias sentia que a hora do parto estava próxima, mas tão próxima que pensei que hoje, já seríamos 3.
Mas, e como de costume, enganei-me. As coisas não são assim tão matemáticas.
E entre (ainda) o receio inerente ao nascimento da bebé e a vontade de a conhecer, fico-me neste estado de quase rebentamento. Estar grávida foi a coisa mais maravilhosa que já experimentei, desde a emoção da notícia, ouvir o batimento cardíaco, sentir o primeiro pontapé, imaginar nome, rosto, pele e sentir que há vida aqui dentro. E depois pensar naquelas coisas mais ou menos absurdas mas muito engraçadas como: dentro do meu corpo tenho dois corações, dois estômagos, quatro rins, dois fígados, um nariz, vinte dedos, dois joelhos, e uma cabeça. Eu tenho um ser humano aqui dentro, que começou por ser uma célula. Fantástico.
Mas agora, e apesar de ter tanto prazer num pontapé ou movimento mais apertado e por isso, mais doloroso, tenho muitas dores e muita dificuldade em mexer-me sem parecer que estou a ser espetada por quinze mil alfinetes. O meu corpo está em modo mãe, vaquinha leiteira, e reclama pela sua cria.
Não sei o que a natureza me reserva, porque esta fase parece o pára arranca na VCI a uma sexta-feira. Nem sei que planos ainda posso fazer, a minha vida é um enorme "Se". Mas é bom, porque sinto que, sei que estou pronta.