De vez em quando, a seguir ao jantar, eu e o marido vamos aqui ao lado tomar um descafeinado. A Penélope segue-nos sempre. Ou em zizezague pela rua, ou através dos jardins (haja cães ou não). Entramos, e ela entra também. Cumprimenta toda a gente, que é como quem diz é um roço pegado nas pernas dos frequentadores do clube, homens broncos e rijos, que a adoram, que lhe fazem festas e que acham piada a esta felina destemida. Não contente com isto, frequentemente zarpa até ao salão de bilhar, sobe à mesa e fica a contemplar o pano verde, até alguém a ir buscar. Também não raramente, entra no bar só para ver o que há.
Quando saímos, ela sai também, ou não.
Mas o que é mesmo catita nesta história toda, é que ficámos a saber que ela faz isto todos os dias, quer lá vamos, quer não. Vai sozinha, pronto. E o ritual, pelos vistos, é o mesmo.
Esta gata tem carisma, pá. Não é que um vizinho a trouxe cá ao colo porque a julgava perdida?
E hoje atravessou-se à frente de um táxi. Ainda lhe passou por baixo, mas escapou ilesa e o motorista ainda parou e saiu do carro para saber se a tinha ferido.
Eu fico parva. E contente por ela coleccionar assim tantas amizades. Estou a pensar seriamente em torná-la candidata a Primeiro Ministro. Ao Passos Coelho mete-o num bolso, e ao Sócrates... come-o de cebolada, como se fosse uma lagartixa. Tau!
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