Desde que sou mãe aprendi que nunca nos podemos acomodar. Parece que os primeiros anos de vida das crianças estão balizadas por fases, a fase das cólicas, a fase dos dentes, a fase dos medos, a fase das birras. Quando pensamos que ultrapassamos uma, vem outra, quando pensamos que vamos dormir a noite toda, não vamos. Julgo que não há fases mais ou menos difíceis. No outro dia uma amiga dizia-me que o primeiro mês de vida do filho foi o mais complicado. No caso das minhas, achei que foi um mar calmo, em comparação com os seguintes.
De fase em fase o tempo passa, o tempo voa. As crianças crescem, os desafios aumentam, a nossa paciência, a nossa capacidade, a nossa resistência é posta à prova. E se há dias em que corre bem, há outros em que tudo se conjuga num caos, e a única coisa que parece acalmar a tempestade é mesmo o dia seguinte, a clareza de pensamento após algumas (poucas) horas de sono.
A mim, as mudanças trazem-me saudade, alguma angústia até. Problema meu, problema antigo.
Primeiro vejo sempre o lado mais nostálgico, depois é que olho para as vantagens. Hoje soube que a Teresinha não está a engordar muito e que é preciso suplementar a amamentação, e começar com a papa. Eu tinha altas expectativas, desta vez. Amamentei a Bárbara em exclusivo até aos 5 meses, altura em que introduzi a fruta e só começou com leite artificial aos 9 meses. A Teresinha tem pouco mais de 4 e a médica já me preveniu que só amamentarei mais 1, 2 meses no máximo. Não fico triste. Mas fico com uma saudade imensa da minha bebé pequenina, encostada a mim, pele com pele. Esqueçam, eu fico triste.
A Bárbara também está a passar uma fase difícil. Tem muito medo de noite e não quer estar sozinha. Pensámos (e hoje a médica também sugeriu) que puséssemos as duas a dormir no mesmo quarto. Por um lado a Bárbara sentir-se-á acompanhada, por outro, mais crescida e responsável. Tento nem pensar na logística da hora do deitar. Havemos de conseguir. E talvez me aventure no desfralde nocturno da Bárbara. Ou talvez deixe que ela acalme antes disso.
De uma coisa eu tenho a certeza. As mudanças, pelo menos a grande maioria, acabam por ser mais bem acolhidas por elas do que por mim. Pode não parecer, mas isso é uma coisa que me tranquiliza.
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