E então começámos a arrumar. Estávamos mesmo fartos de entrar em casa e sentir desânimo. Ou de não termos vontade de nos sentar a ver televisão, porque tínhamos primeiro que desocupar o sofá de babetes, livros, peças de puzzles, cabos de telemóvel e outras tralhas que tais.
Uma destas tardes levámos as crianças aos avós e arregaçámos as mangas. Eu disse "vamos começar pela sala, depois arrumamos a cozinha e o quarto das meninas". Passadas cinco horas, acabámos de pôr a última cadeira da sala no sítio. Encaixotámos livros que não líamos (um dia, na nossa casa de sonho havemos de ter uma parede de livros), deitámos fora aquilo que não nos servia, demos novos sítios às coisas, limpámos e arrumámos. A sala parece uma sala e não lavandaria e escritório e quarto de brincadeiras. Por lá ficou apenas o que nos diz muito. Os vinis, os meus cinzeiros de Luanda, as fotografias. Penso que assim deverá ser toda a nossa casa. Só deve conter aquilo que nos faz sentir bem, aquilo de que precisamos, aquilo que de facto usamos. Aquilo que nos faz falta. Afinal, é isso um lar.
Eu não adoro limpar, mas adoro quando acabo de o fazer. Beijinhos
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