Ontem à noite a Bárbara adormeceu cedo. Não dormiu a sesta do fim da tarde, e apesar de estar com uns tamanhos olhinhos de sono, tentei dar-lhe o jantar, que ela comeu, vesti-lhe o pijama, e dei-lhe de mamar. Comecei a notar que estava incomodada, parava muitas vezes e choramingava. Depois apertava a boca. Entretanto o pai já lhe tinha ido preparar um biberão para complementar a mama, mas já estávamos mais ou menos mentalizados de que ia ser o filme do costume. Usámos o que lhe comprei, porque ela já bebe bem a água por lá. Ainda o meteu à boca, mas mal tentou beber, desatou num choro, que quase me fez chorar a mim. Fiquei mesmo com pena da minha pequenina. E depois disto, acho que não restam dúvidas do que se passa. É o chato do dente que, btw, nunca mais dá as caras. Pusemos-lhe bálsamo anestesiante nas gengivas, o que a fez chorar ainda mais, e dei-lhe um supositório de benuron. Passados uns minutos, já mais calma, bebeu o leite de substituição até ao fim. Se mais houvesse, mais teria bebido. Depois adormeceu, acordou por volta das 3.30h, mamou, e só voltou a acordar (wait for it) às 8.30h da manhã, muitíssimo bem disposta e a tentar levantar-se sozinha.
Acho que está resolvido o mistério. A pequena anda incomodada com os dentes, e por andar dorida, não bebe o leite que a satisfaria para a noite toda. Portanto hoje, estaremos de novo atentos e a postos para atacar as dores e confortar-lhe a barriguinha para ela poder dormir melhor.
Entretanto, andei a pensar um bocado nesta minha insistência em resolver o mistério das noites mal dormidas.
Se calhar fiz desta questão um cavalo de batalha, e andei demasiado preocupada. Analisando os últimas dias, as últimas semanas, tirando algumas excepções, a bebé andou sempre bem disposta, sorridente, uns dias com mais apetite, outros com menos. Normal. Mas acho que somei tantas noites quase em claro, que perdi a capacidade de avaliar correctamente a situação e a dada altura já pensava que nunca mais íamos dormir bem na vida e que os maus hábitos iam começar e que a hora de dormir ia ser traumática, e o camandro. Normal também. Mas só liguei à pediatra quando ela esteve quase uma semana sem comer. E ainda assim, dizia-me a minha mãe: "Sara, se a tua filha comesse tão mal como tu comias, já tinhas morrido de aflição". Mas não morri. Sou uma mãe normal, portanto.
Acho que melhor é impossível.
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