Da última vez a sessão de psicoterapia teve que ser noutra sala. Em muitos anos deste processo acho que só tinha acontecido uma vez. Tudo, desde que entro pela porta até que saio, sensivelmente uma hora depois por essa mesma porta, faz parte da sessão. Para mim faz. E como tal, o acto de me sentar num outro sofá, numa outra sala, de outra cor, com outra planta, arranjar outra almofada para segurar, é significativo. Se não fosse, a "minha" psicóloga não me teria perguntado se me importava. Não me importei.
Percebi, em conjunto com outras reflexões, que a mudança já não me assusta. E que muito do que me impede de crescer, arriscar, ser feliz, apesar de ser o que conheço, apesar de ser uma esfera em que me sei mexer, apesar de ser o meu presente, já não é, nem quero que seja, o meu futuro.
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