Fiz a primária num colégio de freiras. Entrei com 5 anos para um mundo protegido mas muito rigoroso. E ao mesmo tempo amigável e acolhedor. Éramos muitos e lembro-me dos nomes de quase todos. Tenho muitas recordações, muito boas. Mas a verdade é que na altura de seguir para a escola preparatória nos separamos. Para a minha escola foi só uma colega a quem rapidamente perdi o rasto, e de alguns ia sabendo, de outros continuei amiga até hoje.
Há uns meses atrás, graças às maravilhas facebookianas foi criado um grupo de antigos alunos do colégio onde foram publicadas algumas fotos de turma. Às tantas lá apareceu a nossa, uma foto muito bem compostinha tirada nos jardins da igreja, com a nossa Irmã, e eu, como sempre fazia nessa altura, a piscar os olhos por causa da luz. Começaram a aparecer as identificações, a adicionarem-se amizades e criou-se o grupo da nossa turma. Falou-se num encontro para café mas não aconteceu, depois num jantar, mas adiou-se. Até que finalmente se marcou uma data, um local e juntaram-se oito pessoas. Como eu tinha a Bárbara adoentada não fui jantar, mas fiz questão de ir lá ter para a sobremesa depois de a deitar. Pelo caminho fui sentindo um nervoso miudinho, e ainda pensei "tu queres lá ver que no facebook é tudo uma galhofa e eu agora vou lá chegar e eles vão estar todos envergonhaditos e calados?". Enganei-me redondamente. Todos em amena cavaqueira, descontraídos a fazerem um apanhado das vidas e dos percursos de cada um. Custou-nos desligar e ficou a promessa de novo encontro. Ah e uma foto, muito tremida que o dono do restaurante nos tirou. Mas o que mais adorei? Os sorrisos dessa foto não enganam. Estávamos todos genuinamente felizes por ali estar. E todos com uma mesma cumplicidade que já existia há muitos anos, há sensivelmente 25 anos atrás.
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