quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Cuidar bem por dentro sim, mas cuidar por fora também

Sou uma grande baldas em cuidados próprios. Passo a vida a tentar convencer-me de que tenho que cuidar mais de mim, do meu físico, da minha pele, ter mais paz de espírito, mas a verdade é que basta haver uma altura de grande azáfama e vai tudo pelo cano abaixo, chuto-me logo para canto. Triste, mas é verdade. A questão é que não me sinto bem e (in)felizmente ninguém pode fazer nada por isso, a não ser moi même. Gostava muito de ter uma personal (como é que lhe hei-de chamar?) caregiver, vá, que me fosse buscar à cama com um batido saudável, cheio de sementes, e depois tratasse da minha pele, me passasse o hidratante na barriga, me tratasse do rosto e escolhesse a roupa por mim. Ai eu adorava. Mas isso não é possível. Esta mudança grande é feita de algumas mais pequenas e essas já estou a conseguir interiorizar. Até porque começo a ver-me nas fotos com um ar demasiado cansado, com a pele a gritar por socorro. 
Por exemplo, ir maquilhada para a cama, no more. É uma diferença brutal, acordar com a pele ainda cheia de base e rimmel (ok, acorda-se mais compostinho, até a Tyra o admitiu em tempos), e acordar com a pele limpa da noite anterior. 
Acordar mais cedo, também tem vantagens, como poder fazer tudo com mais calma ainda antes da pequena acordar. Por exemplo, repetir os passos da noite anterior e lavar a cara, aplicar o tónico, o coisinho dos olhos e os hidratantes. É o que tenho feito e compensa. A minha pele (luminosidade boa da gravidez à parte) está muito macia e hidratada. É isto que faço em cinco minutos. 

Começo por lavar a cara com este sabão líquido. O que mais gosto é de não ficar logo com a pele toda repuxada e seca. E limpa em profundidade.

Já uso este, o número 2, há bastante tempo. Quando acabar vou perguntar às entendidas se mudo para outro. Há do 1 ao 4, mas não sei quais são as diferenças. Este tónico é bastante agressivo, e por isso quando o comprei pela primeira vez deram-me esta dica preciosa: nada de andar com o algodão para cima e para baixo a massacrar a pele, antes passar o disco num só sentido (de cima para baixo) em todo o rosto e pescoço. 

Deram-me uma amostra desta maravilha há algum tempo e posso dizer que fiquei completamente rendida. Nem sei quanto custa, a minha amostra ainda dura, mas é assim fabuloso. Efeito imediato nos meus olhinhos inchados. Recomendo vivamente.

Também dura imenso, só é preciso aplicar um bocadinho, é fresco, a textura é muito leve e é um hidratante, mas não chega para uma boa hidratação. Para isso, é o que vem a seguir.

Este sim, é um hidratante, com a vantagem de prevenir os sinais do tempo e ter factor de protecção solar 25. Também há para vários tipos de pele.

E pronto, em poucos minutos está a festa feita e os resultados são notórios. Eu confio muito na Clinique e uso há muitos anos, não me vejo com coragem de mudar. Depois da acne violenta da adolescência comecei por usar produtos da Avene, enjoei, passei para a linha Biopur da Biotherm, mas também acabei por me fartar embora achasse a linha bastante boa. Tenho uma pele bastante oleosa e não é qualquer produto que me serve. Sou muito cuidadosa a escolher as bases, por exemplo e aí a minha escolha recai na Lancôme. 
Eu sou daquelas parvinhas que até há bem pouco tempo achava que usar isto e não usar era igual ao litro. Não sei porque é que Deus me fez tão ingénua, mas estou contente por ter acordado para a vida, ainda bem é que isso aconteceu antes de chegar aos 60.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

26

A minha cabeça está cheia de "e se"? 
São 6 meses passados, 26 semanas. Daqui a duas começo as aulas de preparação para o parto. 
Para mim faz todo o sentido voltar a ir, porque da primeira vez tranquilizaram-me muito. E lá está, ando cheia de "e se's" na cabeça. 
O parto da Bárbara correu muito bem. Ok, estava em Barcelos a dormir num hotel, a aproveitar o que eu julgava ser o nosso último fim-de-semana a dois. E era. Fiz o check-out às 2 da manhã, já contei isto. Vim para o Porto na paz dos anjos, de águas rebentadas, só com duas contracções com intervalo de 20 minutos. Cheguei uma hora depois a uma maternidade vazia, fui directamente para a sala de partos com as contracções a galopar. Fui andar, levei massagens da enfermeira (fui mesmo sortuda!), mas às 7 da manhã estava a delirar com dores. Mesmo. Eu não dizia coisa com coisa, lembro-me de olhar para o meu homem e perguntar-me "mas quem é este?". Depois de uma epidural muitíssimo bem dada e eficaz, entrei directamente para o céu dos partos. Conversava, ria, via se o meu homem se sentia bem (eu ainda tinha dormido duas horas mas ele estava de directa), aguentava os aumentos da dose de oxitocina, até fiquei a saber coisas engraçadas que a enfermeira Sylvie me contou. Ela é francesa e no país dela, aquele dia em que eu ia ser mãe, era o dia da Mãe. Deixei de sentir as contracções, sentia-me óptima. A equipa mudou às 8 da manhã e só esperavam que a Bárbara nascesse às 14h. Mas às 10h, a dilatação estava completa e meia hora depois, tinha-a no meu peito. Foi aí que começou outro parto, desta vez com uma mulher aos gritos. Só aí, porque durante toda a noite era um silêncio naquela ala. Na altura da expulsão nem sei quantas pessoas havia na minha box. Tirando uma enfermeira parvinha (tem sempre que haver uma parvinha), todos foram impecáveis, simpáticos. Tive o melhor de tudo.
E por isso, às vezes acho que é pedir demais que tudo corra assim tão bem. Será que a epidural vai pegar tão bem? Será que a equipa vai ser tão boa? Será que me vai calhar a parvinha? Será que a bebé vai nascer bem? Só me resta esperar que sim, que tudo vai ser tranquilo e glorioso, como foi da primeira vez. Que ainda hoje, quando me lembro, faço um sorriso de orelha a orelha. 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Recomeçar

Tenho um projecto novo que para começar exigiu uma parte burocrática, de pesquisa, de escrita e eu tenho sempre algum medo disto, intimida-me. Agora, se tudo correr bem, chegará um parecer favorável, mas não consegui esperar para chegar ao mais empolgante, desenhar. Pensar nos espaços. Tinha tantas saudades. Mais do que aquelas que queria admitir.

("Desenha António, desenha e não percas tempo", escrevia o velho Miguel Ângelo para admoestar um aprendiz preguiçoso.)

segunda-feira, 21 de outubro de 2013


Ao fim de algum tempo voltámos lá abaixo, ao countryside. Ironicamente, implicando viagens e alguns horários desregulados, foi dos dias mais tranquilos que tivemos nos últimos tempos. Sempre com uma nuvem de preocupação por cima, mas um bocado mais distraídos dos nossos dias de sempre e sem a correria que tem havido nos nossos finais de semana.
A manhã hoje foi um bocadinho mais difícil para todos, o quente da cama sabia-nos tão bem. Mas há uma vida que não pára, há que tratar dela. Afinal, e apesar de tudo, temos ainda muito por que viver.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Uma almofada não é só uma almofada


Bárbara

Nunca deixes de fazer rolinhos no cabelo quando tens sono. 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Eu gostava de viver num mundo civilizado - Parte II

Estava eu no hipermercado a pesar um saco de limões quando me viro para trás, vou contra um cesto de compras e me estatelo no chão. A dona do cesto, uma fulana mal encarada que estava na balança ao lado, além de ter deixado o cesto a mais de 1 metro de onde estava e feito de conta que não era nada com ela, nem desculpa me pediu. Protestei, mas virou-me a cara e quem me ajudou a recompor foi o senhor da balança. A sério, eu ainda há dias falei destas coisas, mas espanto-me sempre. Perguntaram-me "então e nem por estares grávida pediram desculpa?", mas eu não preciso de estar grávida para ter direito a ser respeitada e a receber um pedido de desculpas. Vinha pelo caminho a pensar que esta pessoa deve estar de muito mal com a vida, para justificar a falta de respeito e de cortesia. Ou é simplesmente má? Ou amargurada? Não sei. Mas o que eu sei é que não sou assim e o meu objectivo é educar as minhas filhas para fazerem precisamente o contrário, responsabilizarem-se pelos erros e saberem pedir desculpa. 
Apesar de ter tido algum aparato, não me magoei. Parece que caí em câmara lenta e consegui não cair de barriga. Mas ficou a doer-me a alma. Que mundo este. Eu gostava muito que acabasse a guerra e a violência, mas já ficava contente se visse mais bondade nos corações das pessoas com quem me cruzo todos os dias. É que é exactamente este tipo de comportamento insensível, que eu imagino que tenha por exemplo, a mãe de um assassino em série, um terrorista, violador ou ladrão. E isso dá um medo do caraças.

Os meus sítios

O beach office não é o único sítio para onde levo o computador e me sento a trabalhar. Há alguns meses descobri que na praça da alimentação do shopping mais próximo da minha casa há condições para isso, e que é um sítio bastante procurado. Entretanto já descobri outros (shoppings), mas este fica muito à mão e em caminho. Trabalhar fora de casa para mim sempre foi muito mais produtivo. Gosto de estar rodeada, gosto de ver os outros fazerem o mesmo que eu. Gosto do ruído de fundo e da concentração que consigo ter. E por isso venho. 
Normalmente sento-me sempre na mesma mesa. É a que costuma estar vaga, tem tomada eléctrica perto e um candeeiro mesmo por cima. No outro dia o meu homem veio comigo e queria sentar-se na mesa ao lado. Para mim era indiferente, mas depois lembrei-me que é lá que se costuma sentar um grupo de homens, todos os dias. Uns dias são 3, outros são 4. Falam baixinho e parecem ser amigos há muito tempo. Então sugeri que nos sentássemos na mesa do costume, expliquei porquê e ele ficou a olhar para mim meio espantado. E de facto, 2 minutos depois estava o primeiro homem a chegar. Sentou-se, e depois chegou outro e mais outro. E por ali ficaram. Hoje já cá estiveram, e já foram. Nem os ouço, mas até gosto da companhia. E não são os únicos que me habituei a ver por cá. Há o senhor careca do iPad, o rapaz do Toshiba que vem sempre com montes de papelada, o grupo das sindicalistas (como eu lhes chamo porque estão sempre a falar de episódios de trabalho), e o casal dos Macs. 
À falta de colegas de trabalho tenho estes companheiros das manhãs, que gosto sempre de ver por aqui. O Homem é mesmo um bicho de hábitos. E eu não fujo à regra.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Reencontros

Fiz a primária num colégio de freiras. Entrei com 5 anos para um mundo protegido mas muito rigoroso. E ao mesmo tempo amigável e acolhedor. Éramos muitos e lembro-me dos nomes de quase todos. Tenho muitas recordações, muito boas. Mas a verdade é que na altura de seguir para a escola preparatória nos separamos. Para a minha escola foi só uma colega a quem rapidamente perdi o rasto, e de alguns ia sabendo, de outros continuei amiga até hoje. 
Há uns meses atrás, graças às maravilhas facebookianas foi criado um grupo de antigos alunos do colégio onde foram publicadas algumas fotos de turma. Às tantas lá apareceu a nossa, uma foto muito bem compostinha tirada nos jardins da igreja, com a nossa Irmã, e eu, como sempre fazia nessa altura, a piscar os olhos por causa da luz. Começaram a aparecer as identificações, a adicionarem-se amizades e criou-se o grupo da nossa turma. Falou-se num encontro para café mas não aconteceu, depois num jantar, mas adiou-se. Até que finalmente se marcou uma data, um local e juntaram-se oito pessoas. Como eu tinha a Bárbara adoentada não fui jantar, mas fiz questão de ir lá ter para a sobremesa depois de a deitar. Pelo caminho fui sentindo um nervoso miudinho, e ainda pensei "tu queres lá ver que no facebook é tudo uma galhofa e eu agora vou lá chegar e eles vão estar todos envergonhaditos e calados?". Enganei-me redondamente. Todos em amena cavaqueira, descontraídos a fazerem um apanhado das vidas e dos percursos de cada um. Custou-nos desligar e ficou a promessa de novo encontro. Ah e uma foto, muito tremida que o dono do restaurante nos tirou. Mas o que mais adorei? Os sorrisos dessa foto não enganam. Estávamos todos genuinamente felizes por ali estar. E todos com uma mesma cumplicidade que já existia há muitos anos, há sensivelmente 25 anos atrás.

Da semana passada

Ontem, já no fim do dia e do fim-de-semana (tão breve) preparei as roupas, fiz os menus e a lista de compras para a semana. Vi o que tinha "na despensa", fiz máquinas de lavar. Planeei o trabalho e calendarizei coisas importantes. Eficiência? Sabem bem que não, é mesmo só para evitar uma semana dos infernos como a que passou. A começar com meltdowns da Bárbara todos os dias ao jantar e quando eu digo meltdowns é porque nem posso chamar birras, foi mais do que isso. Foi um desabar mesmo, de um momento para o outro ela sucumbia ao cansaço que até aí nem era visível. Passava da genica e da brincadeira, a um estado de exaustão já difícil de reverter. Tivemos dias em que foi imediatamente cama, porque só aceitou leite e histórias. Outros houve em que conseguimos acalmá-la e dar-lhe o jantar. Se por um lado posso culpar a enorme constipação com que ela anda, por outro também fui em parte responsável porque houve dias em que me distraí com a hora do jantar, ou perdi mais tempo com compras de última hora e com questões de trabalho, a parte da organização falhou, again.
Também foi semana de ecografia e é sempre uma semana especial. Está tudo bem com a pequena (é mesmo uma pequena, ohhhhh, para aqueles que ainda depositavam esperança num engano). O médico pôs a maquineta em modo 3D e conseguimos ver uma carinha laroca muito parecida com uma outra cá de casa. Adorei! Sempre disse ao Lopes que gostava que elas fossem muito parecidas. Mas o que realmente me trouxe alívio e felicidade foi estar tudo a correr bem. E até me queixei menos desde então, de dores e enferrujamentos vários.
A Bárbara continua um pouco a leste disto de estar quase a ser irmã mais velha. Por mim, fine. Ela percebe quando tiver que perceber e nós cá estaremos para agir em conformidade. De resto, está encantadora a catraia. Canta que nem um rouxinol, adora andar com relógios (do pai, da avó) e de óculos de sol. Uma pindérica. Já diz que está zangada, cansada e com sono. E ontem trouxe-me o telemóvel e disse "pega, Sara".
Às vezes nem acreditamos que vamos passar por tudo de novo, com a new baby girl. Pelas fases giras, e pelas outras menos boas. Nem sempre me sinto com força para enfrentar de novo noites mal dormidas, cólicas, dentes. Estamos "mal" habituados, a Bárbara já dorme a noite inteira há mais de um ano. Por outro lado, já temos experiência e já não vamos enfrentar as "primeiras vezes" com tanta dúvida. Espero eu.
Dito isto, é começar a semana chuvosa com alegria. Já dá vontade de pensar em castanhas e botas quentinhas. Havendo saúde (e esta com a saúde!, pensam vocês), não é preciso muito mais.


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Eu gostava de viver num mundo civilizado

Acredito que esta minha tendência, vá, para reparar nestas coisas seja também fruto de uma qualquer oscilação hormonal bem própria do meu estado de graça. Também mas não só. Há algum tempo que tenho vindo a reparar com especial atenção na quantidade de gente mal educada que anda por aí. 
Por exemplo, no trânsito. Não há dia nenhum em que pegue no carro e não encontre os chamados malucos da estrada, que não respeitam sinais de STOP ou de perca de prioridade, que vêm de trás e aceleram a marcha só para não facilitar a entrada na autoestrada ou na faixa, sei lá, ficava aqui o dia todo. 
Nos supermercados e lojas. As filas prioritárias, os elevadores, são para esquecer. Estão lotados com toda a gente menos aquela que realmente precisa. E quem precisa leva com uns olhares desconfiados"hmmm, será que aquilo é mesmo síndrome de Down?, não sei não". 
No mundo do trabalho. Nunca vi tanta porcaria, tanta falta de dignidade numa oferta de emprego. Ou pedem pessoas para trabalhar horas incontáveis de graça ou quase, ou colocam uma lista tão extensa de requisitos que é quase impossível não nos sentirmos humilhados ou inibidos de responder. Ou então, quando se trabalha, as merdas que têm que se aturar, nomeadamente de alguns clientes que se vêem no direito de exigir e exigir mais e de ser mal-educados, rudes e pedantes (o que para mim é tudo a mesma coisa).
Na internet nem se fala. Basta ler a caixa de comentários de algum grupo no facebook, ou de um blog, sobretudo de um com grande número de leitores para bater com os olhos em barbaridades de fazer arrepiar. Não há noção dos limites, é assustador.
O meu homem diz que gente mal educada sempre houve. Eu acredito. Mas a verdade é que nunca me cruzei com tanta. E quantidade de pessoas bem educadas, gentis, simpáticas está a escassear. Muitos dizem que é da crise. Eu também acho que é a crise. Mas não a financeira.


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Ter tempo

Levantar cedo, por muito que custe, proporciona manhãs muito tranquilas. Cá em casa temos muita dificuldade em fazê-lo. Muita mesmo. Lembro-me que quando era miúda, a minha mãe ou o meu pai iam acordar-me para a escola já prontos, ou quase prontos, já vestidos, frescos e bem cheirosos. Ok, ainda assim nem sempre as saídas de casa eram pacíficas, mas nós éramos três filhos e nunca ninguém ia para lado nenhum sem pequeno-almoço. Acho que vale a pena o esforço. Há mais tempo para imprevistos, chega-se mais cedo e o dia começa melhor.
O mesmo se passa com outras horas e outros momentos do dia. Planear, prever, programar é importante, com tempo, para poupar tempo. E para poder aproveitá-lo em coisas realmente importantes. Então, viver a vida com pressa, num frenesim, é cada vez mais coisa para me deixar com a sensação de que não estou a vivê-la de todo. E a perder muita coisa boa.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

*

Tenho um sítio na praia onde gosto de trabalhar. Chamo-lhe o meu beach office, é já conhecido neste blogue. Tenho electricidade, tenho internet e um ambiente calmo. Algumas vezes sinto-me desconfortável por causa da temperatura, e nem sempre a luz é a melhor, sobretudo se for para trabalhar com imagem. Ou seja, não dá para vir todos os dias (até porque o café aqui é caro), mas de vez em quando sabe muito bem estar neste espaço, de grandes janelas. E sobretudo com um dia como hoje, morno e solarengo. De vez em quando páro o que estou a fazer e olho lá para fora, para o areal e para o mar, que hoje parece um enorme lago. Há três ou quatro pessoas na esplanada, umas estão a conversar, outras a ler. A mim só me apetece largar a correr pela areia. Mas além de não ter propriamente mobilidade para isso, era um bocado parvo. Mas com este cenário, não dá uma vontadinha danada?

sábado, 5 de outubro de 2013

Nós os dois

Saímos pouco só os dois, ou os dois só com adultos. E muitas vezes parece que nem faz falta, que podemos bem passar sem estar num ambiente que não tenha a ver com crianças, brinquedos e escorregas. Mas faz. Antes de sermos três, éramos dois e há que nos "acharmos" no meio de tantos desencontros, de nervos, às vezes de amuos e de zangas. Para nós funciona muito bem, é um timeout precioso, para namorar, relembrar o que nos move. Soube tão bem irmos Porto adentro a fervilhar de vida nas ruas, restaurantes e bares, rumo à Champanheria da Baixa. Beber uma sangria de espumante (para mim uma versão álcool free mas muito muito boa), ouvir boa música  num espaço lindo e conversar horas a fio foi um bálsamo. Queremos mais e vamos repetir. Espero que sim.


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A nossa casa

Foi há um ano que nos instalámos aqui, neste apartamento não muito grande, sem varanda, neste terceiro e último andar, vindos de três meses de inferno num outro apartamento, mais caro, mais fraco, com má vizinhança (alguma duvidosa) e muito barulhento. 
Arriscámos, com uma filha pequena a começar o infantário, e exaustos que estávamos, ao enfiar tudo de novo em caixotes e desmontar móveis, mudar tudo, mudar de novo.
Um ano depois posso dizer que, mesmo com todas as contrariedades que temos passado, mesmo quando suspiramos por uma casa, casa mesmo, estamos e somos felizes aqui, nesta casa sossegada e tranquila. É uma boa casa, como diria a Xana Toc Toc, "pequenina, acolhedora".
A Bárbara também é feliz aqui. Percorre a casa, gosta de aqui estar. Eu gosto de aqui estar. Tenho o silêncio que preciso para me concentrar no trabalho, tenho um espaço agradável que posso cuidar. 
Até podermos ter a nossa casa com jardim, é aqui o nosso lar. Até o espaço apertar, até podermos respirar mais fundo, é aqui o nosso lar.