Sempre ouvi dizer que duas gravidezes da mesma mulher podiam ser completamente diferentes, como da água para o vinho. No meu caso, consigo encontrar algumas diferenças.
Quando estive grávida da Bárbara soube, senti logo, talvez porque foi uma gravidez planeada. Enjoei muito, vomitei muito até às 18 semanas. Tive muita azia sempre, estava na sala de partos com uma enorme azia. Passado o stress do primeiro trimestre, andei sempre muito tranquila e no final tive o chamado "nesting", só queria preparar, arrumar e organizar.
Desta gravidez andei semanas e semanas na ignorância. Sempre enjoada. Até agora ainda não tive azia, mas ando sensível que nem uma orquídea de estufa. Choro, por tudo e por nada. Ou porque estou a imaginar como fica um vestido na Bárbara, ou porque gostei do anúncio da pasta de dentes. É patético.
Agora tenho mais vontade e necessidade de cuidar de mim. Estar de boa saúde, em boa forma e com bastante energia para ser mãe de dois. As idas ao médico, as ecografias, as análises, tudo me deixa mais tensa, porque tenho medo que não corra tão bem.
Ainda não criei grandes ligações com este bebé. Não sei bem porquê, talvez por não ter sido planeado como foi a Bárbara. E não, não me sinto culpada, acho é que preciso de mais tempo. Mas há-de ser tão bem vindo como a irmã tenho a certeza. Sei que um dia hei-de acordar muito feliz por estar a gerar mais um filho. Preciso é de mais tempo. Do meu tempo. Não do tempo do relógio, nem do tempo das outras pessoas.