A primeira vez que fiz dieta foi há mais de dez anos, andava no ballet, e a professora disse-me para ver se conseguia emagrecer 5 quilos até ao exame final. Parece cruel, mas a verdade é que eu nunca tinha passado dos 53, e estava a ficar balofa, em grande parte por estar sempre de rabo alapado a trabalhar para a faculdade. Por isso, fiz dieta e perdi peso. E custou, passei muita fominha graças a Deus, mas foi fácil tomar a decisão e segui-la até ao fim.
Mais tarde, em 2008, tive (sabe-se lá como) um pequeno hóspede no meu intestino, um parasita microscópico chamado Giárdia lamblia, que me infernizou a vida durante um ano. Isto porque andei uns largos meses a queixar-me de fortes dores de estômago e ninguém me mandava fazer umas benditas análises. Quando fui a uma gastroenterologista e as fiz e se descobriu o bicho, já eu estava anémica e a desaparecer. Não conseguia comer nada, a não ser maçã cozida, carne ou peixe grelhados e chá. E e...
Quando terminei o tratamento ainda demorei muito tempo a tolerar uma refeição normal, umas batatas fritas, um café, um assado. A médica mandou-me comer e fazer asneiras, porque era muito nova para dietas. Mas tenho que confessar, gostei de estar magrinha. Não doente, mas magrinha.
Agora, passados dois anos de ser mãe, e um ano de uma tentativa de recuperar o peso pré gravidez (em que até me portei bem, mas depois voltou tudo ao mesmo), dou por mim bastante desagradada com o meu aspecto, e bastante desmotivada, diga-se de passagem. Ir às compras é um suplício, detesto ver-me de calças, vestidos, camisolas, mas também não me conformo com o meu modo baleia. Por onde começo? Já sei. O pior é que sei. Exercício e alimentação. Água, muita água. Mas e a motivação? Até no cérebro ando lerda, porque deito-me com muito boas intenções e quando acordo, especialmente se tiver uma noite mal dormida, vai tudo pelo cano. E já falei disto aqui, mas deixo qual-quer-coi-sa atravessar-se à frente dos meus planos. E o saco do ginásio vai ficando paradinho no hall. E estamos em Junho, vem aí a praia (ou não).
Boas notícias. Comecei esta semana e como há um ano atrás, a cortar nos hidratos ao jantar. Mas isto não basta, preciso de um plano de acção, um guia para o dia todo, um objectivo traçado. Que também já tenho e é só pôr em prática. Por isso, há que tomar algumas medidas. Primeiro, preparar três outfits de ginásio, enfiá-los no carro juntamente com o saco, para estarem sempre a postos e não haver aquela coisa de estar a sair de casa com a piquena de manhã, pensar que até era um bom dia para me exercitar mas já não ter tempo para preparar nada. Segundo, ter um plano alimentar, ir às compras de acordo com esse plano, e ir mantendo um diário do que como, do peso que perco. Terceiro, beber aquela catrefada de água que costumam aconselhar. Por último e o mais importante, não passar fome. Isso desmotiva, desanima, deprime e fica-se fraquinho.
So, estou decididíssima, vamos a isto. Vou, na medida do possível, colocando aqui umas notas sobre esta caminhada. E vou saltar de pés juntos. É tudo por uma boa causa. Não é?