Quando eu era miúda, passei por uma fase em que me recusava a usar saias e vestidos. Mas quando fui para o colégio, queria vestir-me como a minha colega Bárbara, que andava sempre de cor-de-rosa e com carrapitos no cabelo. A minha mãe não ia nessa. Sempre nos vestiu com muita sobriedade, os cabelos simples e carinhas lavadas. Mas sempre nos deixou brincar, correr e sujar a roupa. Mesmo que isso implicasse um joelho esmurrado. Hoje, olho para fotografias como esta e agradeço-lhe por isso.
Esta sou eu com cinco anos. Foto tirada pelo meu pai, o nosso maior fã. São centenas de fotografias, registos inesquecíveis do nosso crescimento. Aquele bracito atrás de mim é do meu irmão, um reguila de primeira. Na série de fotos onde esta se enquadra há uma dele a fazer xixi para um muro e a rir-se com ar de sacaninha. Se a encontrar prometo que a coloco aqui. Nesta altura a minha irmã E. ainda não existia. Ou melhor acho que já existia, na barriga da minha mãe. Fui a última a saber da gravidez dela, fiquei tão zangada. Um dia, toquei-lhe barriga e perdoei-lhe tudo.
Aqui está a mana. Eu era a "Magriça" e ela a "Gordiça". Hoje é ao contrário. Coisas da vida. Estávamos na Oura e neste jardim havia camaleões e osgas. Mas caminhávamos cinco minutos e estávamos com os pés na areia fina da praia. Passávamos sempre por um letreiro de dizia "Poribido" e era sempre um fartote de rir.
Tempos bons. Em férias, no colégio, em casa quando chovia ou no pátio quando fazia sol, tínhamos as nossas peripécias. Tanto dávamos cabo da cabeça aos meus pais, como lhes fazíamos as delícias.
Uma vez, num Domingo à noite a minha mãe foi dar comigo e com o meu irmão ajoelhados na mesinha-de-cabeceira, só com o candeeiro de palhaço aceso, a acabar os deveres. Se chegássemos no dia seguinte ao colégio de mãos vazias arriscávamo-nos a umas reguadas, ou pior. Mas a minha mãe riu-se e deixou-nos a acabar. Fomos dormir tranquilos. Já não íamos ficar sem recreio.
Tempos bons. Em férias, no colégio, em casa quando chovia ou no pátio quando fazia sol, tínhamos as nossas peripécias. Tanto dávamos cabo da cabeça aos meus pais, como lhes fazíamos as delícias.
Uma vez, num Domingo à noite a minha mãe foi dar comigo e com o meu irmão ajoelhados na mesinha-de-cabeceira, só com o candeeiro de palhaço aceso, a acabar os deveres. Se chegássemos no dia seguinte ao colégio de mãos vazias arriscávamo-nos a umas reguadas, ou pior. Mas a minha mãe riu-se e deixou-nos a acabar. Fomos dormir tranquilos. Já não íamos ficar sem recreio.
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