Gosto muito de risotto. De cozinhar e de comer. Para cozinhar é preciso uma certa dose de paciência, porque coze lentamente, é preciso estar constantemente a mexer e a ver se já absorveu o caldo. Eu tenho essa paciência, relaxa-me bastante. Gosto do gloss inicial com que fica, de ir adicionando líquido até os grãos crescerem e ficarem cremosos.
Mas gosto mesmo é de comer. De cogumelos, de espargos, de cogumelos e espargos, de lima com camarão, de alheira, ou só com um bocadinho de parmesão, pimenta preta e um fio de azeite. O conceito é o mesmo, às vezes variam alguns procedimentos ou ingredientes. Lembro-me da primeira vez que fiz risotto de cogumelos, em que comprei porcinis desidratados e o caldo foi a água castanha em que os demolhei. Ficou di-vi-nal. Funghi dos pés à cabeça, aquele sabor de terra maravilhoso. Mas depois encontrei soluções mais expeditas, como usar uma mistura de cogumelos congelados que tem uma variedade considerável. Tenho sempre um ou dois pacotes no congelador, just in case. Mas ultimamente também tenho feito uma pequena variação, junto cubinhos de bacon (eu sou viciada em cubinhos de bacon) e uso cogumelos Portobello frescos, sempre são mais saborosos do que os Paris. Gosto de os comprar inteiros, porque adoro ser eu a laminá-los ou a cortá-los em quartos como desta vez. Parece masoquista, mas dá-me gozo, o que fazer? O que interessa é que tenha imenso sabor. Dia preferido para este prato? Sem dúvida fim-de-semana. Com tempo, ao jantar. Só para nós, para a família ou para amigos. Ou depois de um dia difícil, em que precisamos daquele conforto da comida boa. É perfeito. Perfeito.
