quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

There's no place like home

Cheguei da minha merecida lua-de-mel e deparei-me com uma casa caótica.
Os meses que antecederam o casamento foram ocupados com preparativos e com a firme intenção de encerrar alguns assuntos. Os armários, a roupa, os papéis foram ficando para trás, e verdade seja dita, afinal não sou nenhuma fada do lar.
Com a indecisão de mudarmos ou não brevemente para um sítio maior, não temos investido muito na organização e conforto da casa e isso começa a influenciar a forma como me sinto aqui.
Não sei se foi por ter passado as últimas quinze noites em sítios tão cosy, sinto urgência em fazer algo mais destas paredes, que me façam sentir em casa, seja por 3 ou 30 meses.
Vai daí, comprei umas coisinhas e arregacei as mangas. Comecei pelo hall. Arrumei o armário, e por milagre ganhei bastante espaço de arrumação. Decorei as paredes e agora só faltam mais umas coisas para ter umas boas-vindas à maneira.
E rais'me parta se não hei-de sentir-me aqui tão bem como no Sheraton, ou não me chame Sara Sá.

P.S. Alguém sabe onde posso arranjar um cesto giro para pôr os guarda-chuvas? Nada de palhinhas ou latão, quero uma coisa sofisticada, ok? Grazie mille.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O meu casamento



Sou agora uma mulher casada.

Não tenho nada a descrever que toda a gente já não tenha visto num casamento. Primeiro a cerimónia, depois, a boda. Os nervos antes, o alívio depois. O dia que demora a chegar e que passa num ápice.
Foi o dia mais feliz da minha vida. A cerimónia foi linda, com o D. mais sexy e charmoso que nunca, com os nossos coros amigos a cantar, com a nossa família e amigos presentes, e com muito amor e emoção. Os meus meninos das alianças foram o meu orgulho, de tão lindos, castiços e bem comportados que estavam. E houve quem fosse de propósito ver-nos e dar-nos um beijo à igreja.
A festa foi um sonho e correu até estarmos exaustos.
Todos nos mimaram e foram incansáveis. O meu irmão e padrinho, teve a brilhante ideia de nos oferecer as duas primeiras noites de casados no Sheraton e, pela primeira vez em muitos muitos dias, não tive horas para rigorosamente nada.

A lua-de-mel propriamente dita começou na terça-feira, em Paris.
Hotel na Rue de Salomon de Caus. Ainda demos uma espécie de passeio de reconhecimento nessa noite, descemos a Boulevard de Sebastopol e num instante já estávamos na Île de la Cité, junto à catedral de Notre Dame, e depois na Rive Gauche, em St. Michel. Passeámos junto ao Sena e atravessámos a Pont Noeuf (que ironicamente é a mais antiga da cidade) de volta para a margem direita.
Todos os dias visitámos sítios, conhecemos ruas, subimos escadas intermináveis só para ver a imensidão de Paris. Impressionante a quantidade de arte, história, grandiosidade e beleza que nos entrou pelos olhos dentro.
Gostei da comida, da gente, da luz do dia e da noite. Gostei do que vi. De como os parisienses lêem livros de bolso no metro, de como se encontram ao fim da tarde para um copo. Gostei de não saber em que restaurante entrar por serem todos tão deliciosos (mas caros) e das lojas lindas de morrer.

Acima de tudo, gostei dos meus primeiros dias de casada contigo, D. Agora é só continuares a ser querido comigo e assim, lindo, cheiroso e tudo e tudo. Mesmo que às vezes mandemos uns berros um ao outro. Mas vai correr tudo bem, marido. Seriously. Gostava de te dizer isto em francês, mas como pudeste constatar, não dou uma para a caixa.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

1 day until our wedding day

Hoje só vim mesmo cá ver o ticker ali em cima a dizer "1 day until our wedding day".
É só ver o rais'parta dos missais prontos e fico mesmo feliz.
Não sei quando volto, gostava de vir ver o que diz amanhã, mas não deve dar. Naa. Vamos ser realistas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

I.

A avó I. deixou-nos. Não era a minha avó, mas era como se fosse. Não a conheci muito bem, mas lia na cara dela anos de sabedoria, inteligência e perspicácia e, como uma avó que se preze, habitava nas vidas de todos, com o seu low profile, mesmo à avó. E depois de uma luta muito injusta, fechou-se como uma flor e deixou a vida seguir o seu curso.
Não era minha avó, mas era como se fosse. Irei recordá-la assim, forte e sábia, como o é uma avó. Com saudades. Com carinho. Como uma neta.

Quase

Ok, ponto de situação.
Vestido, sapatos e outros items essenciais estão prontos e operacionais.
Logo à noite terei a última reunião, e depois entrego-me de cabeça aos últimos preparativos. Não são poucos, estamos atrasados. Mas não faz mal. A única coisa que quero é olhar para trás e lembrar-me das pessoas, de nós, e largar um sorriso de cada vez que me lembrar do nosso casamento.
Já não me apetece comer, não sei o que se passa no mundo e só hoje é que soube que o Abrunhosa se estatelou do palco abaixo.
Já passei a fase do mau feitio, depois tive uns dias calmos e agora estou a sentir os nervos na pele, na raiz dos cabelos, na barriga, no coração.
Mas é bom. É mesmo bom.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Tempus fugit

Entre trabalhos, preparativos para o casamento, tentativas de manter a casa minimamente arrumada e organizada, já não sei para onde me hei-de virar.
Estou a ficar muito cansada. Para cúmulo, o café acabou. Faço uma to-do list para me ajudar nas prioridades, mas não ajuda. Disparam de todos os lados.
Queria ir ao ginásio, não consigo. Queria ir fazer umas compras. Não dá.
E agora lembrei-me que a pobre da Penélope está fechada no meu quarto desde as três da tarde. Forcei-a a dormir lá, senão ia passar a tarde a passar-me à frente do monitor, a amachucar-me os desenhos que tenho que entregar e a fazer barulhinhos incomodativos na escala da minha paciência. Ainda tenho que enviar mails, preencher papéis, imprimir desenhos e digitalizar documentos. Fazer o jantar e arrumar a cozinha. E se possível, adiantar os preparativos matrimoniais.
É mesmo muita coisa. Que comidela de cabeça.