segunda-feira, 28 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
E, enquanto.
Enquanto olho para o fundo da sala e sinto a madeira fria nos dígitos ainda quentes do teu olhar; e, enquanto entendo não serem apenas visões que tenho; e, enquanto olho sem ver que a madeira que vejo nada importa, mas que se entende, feita tela do olhar; e, enquanto repouso os meus olhos cansados lá no fundo da sala, mas sem a ver, o meu olhar não está lá.
E, enquanto. Tudo se resume a duas palavras. Tudo é uma espera incessante e imagino nunca ter saído desta sala. Das imagens que vi, sempre por breves breves breves instantes e a correr, a que ainda guardo trouxe-a emoldurada, bem guardada, aprisionada numa moldura para não escorrer paredes abaixo. É a única memória de que há mais além desta sala, e que, enquanto aqui espero, há mundo lá fora, e que há-de haver algo mais que esta espera. É uma casa, uma porta, uma janela, pintada pelas mãos de um artista que daqui parece difusa e pequena.
E, enquanto. E, enquanto estendo os meus olhos pela sala, meus braços a acompanhar o movimento tão longe longe longe, o meu vestido preto, tão preto preto preto, torna-se espesso, pesado, duro, penoso, insuportável, uma prisão.
E, enquanto. E, enquanto espero, posso até parecer sorrir, mas não é alegria que me banha o rosto, nem sol que me ilumina o cabelo. Ainda o sei atado, delicadamente atado, por me pedires com tanto jeitinho, a tua voz baixinha encostada ao meu ouvido, aquele que te ouve só a ti, que já nem se lembra de outros sons, também ele à espera do teu som, dos passos, dos compassos, da tua brevidade, da tua serenidade, da tua tranquilidade. E, enquanto espero por ti, não falo. E, embora tenha o ar perdido, bastará a aragem passar por ti e entrar nesta sala de espera para a fazer de encontro.
E, enquanto. E, enquanto espero, faço pausa de mim, não me mexo. Tão grande grande grande tem sido a espera, que me misturei com esta sala e o meu vestido preto já se confunde com as sombras.
Damasco
A ferocidade de ser mulher
"The truth is, I often like women. I like their unconventionality.
I like their completeness. I like their anonymity."
Virginia Woolf
quinta-feira, 24 de julho de 2008
quarta-feira, 23 de julho de 2008
[o mood deste blog]
Hold me close and hold me fast
The magic spell you cast
This is la vie en rose
When you kiss me heaven sighs
And though I close my eyes
I see la vie en rose
When you press me to your heart
I'm in a world apart
A world where roses bloom
And when you speak...angels sing from above
Everyday words seem...to turn into love songs
Give your heart and soul to me
And life will always be
La vie en rose
[Bem-vindos ao Vestido Preto]
The magic spell you cast
This is la vie en rose
When you kiss me heaven sighs
And though I close my eyes
I see la vie en rose
When you press me to your heart
I'm in a world apart
A world where roses bloom
And when you speak...angels sing from above
Everyday words seem...to turn into love songs
Give your heart and soul to me
And life will always be
La vie en rose
[Bem-vindos ao Vestido Preto]
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